segunda-feira, 27 de agosto de 2018

VOCÊ BEBERIA ÁGUA SABENDO QUE ORIGINOU DA PRIVADA DO VIZINHO?

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O título de hoje é bastante sensacionalista, mas expressa a realidade de milhares de cidades do Brasil. Milhões de litros de esgoto são despejados por minuto em milhares de rios pelo país. Esgotos ricos fezes, urina e tudo mais que se descarta nas redes de esgoto das residências, bares e restaurantes. Esgotos ricos em microrganismos da nossa flora intestinal como os coliformes fecais, matéria orgânica, nutrientes minerais além de óleos, camisinhas, absorventes íntimos, fio dental, cabelo e outras coisas que são descartadas no esgoto. Temos também os esgotos dos hospitais que, além de tudo que já citamos, possui também uma gigantesca diversidade de contaminantes biológicos como vírus, bactérias e fungos patogênicos, causadores de doenças.  E neste mesmo rio onde os esgotos são descartados, logo abaixo tem uma cidade captando esta mesma água para tratamento e abastecimento público. É claro que a água foi tratada tornando-a potável e com padrões adequados para o abastecimento público, mas analisando friamente é uma agua que teve o seu início em fontes limpas mas que se torna um depositório de esgoto ao longo do seu trajeto e que temos que tratar para torná-la novamente limpa para ser consumida. Quanto mais poluída a água, mais complexo será o seu tratamento com gastos elevados no uso de produtos químicos, limpezas mais frequentes dos tanques de decantação, aumento da quantidade de resíduos gerados e complexidade no seu descarte. O tratamento dos esgotos nas estações de tratamento, antes do seu descarte nos rios é fundamental na eliminação da matéria orgânica, dos elementos minerais e dos microrganismos causadores de doenças e a água que sobra do tratamento do esgoto apresenta qualidade para ser descartada nos rios.

Tratamento de esgoto é obrigação dos governantes assim como a água potável e energia elétrica para a população e deveria estar implementado em todas as cidades do pais. Enquanto tratarmos os nossos rios como esgotos a céu aberto continuaremos a beber água da privada de alguém.       

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS CAIXAS PLÁSTICAS DE TRANSPORTE DE HORTIGRANJEIROS


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

ASSOCIATIVISMO: A FORÇA DA UNIÃO ONDE TODOS GANHAM

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Vamos imaginar dez produtores de quiabo, incluindo você, negociando em um Ceasa do Brasil. Cada um no seu canto, querendo vender o seu produto. O intermediário se aproxima e não aceita o seu preço tentando negociar valores mais baixos para o seu produto. Como você não aceita a proposta por avaliar que tomará prejuízo, o intermediário parte para as demais bancas, negociando individualmente. Você percebe que alguns de seus colegas cederam e venderam o quiabo a um preço mais baixo. No final do dia, para evitar prejuízo em levar o produto de volta, você cede e vende por um preço muito mais baixo, tudo para não retornar com o produto para casa.  Agora imagine você com seus colegas produtores de quiabo vendendo seus produtos juntos, acertando o valor do produto, sem individualismo. O intermediário perderá o poder de barganhar pois vocês estão juntos e acertados sobre o preço e o intermediário precisa do produto para o seu comércio. Resultado: o intermediário pagará pelo quiabo o preço que vocês combinaram, ou na pior das hipótese, um pequeno desconto, mas no final, todos ganham, quem produziu e quem comprou e cada um levando seu dinheiro da venda para casa. Este exemplo foi exposto em relação ao produtor rural, mas serve para todos os setores da economia. Os grandes empresários da indústria, do comércio, do setor agropecuário e florestal tem um grande poder de negociação individual e barganha, mas o pequeno não.  A saída para os pequenos produtores está na união das ações em prol do bem comum, mas cada um mantendo o seu negócio. Este processo é chamado de associativismo.  Nada muda na vida do produtor, apenas no momento da negociação onde todos trabalham juntos ganhando poder de barganha tanto na compra da matéria prima da sua produção quanto na venda de seus produtos. Já perceberam que produtos no atacado tem um valor mais baixo quando comprado no varejo?  Você verifica que um quilo de açúcar comprado isoladamente tem um preço muito mais elevado em comparação as pessoas que compram cem quilos. Mas você não compra cem quilos de açúcar de uma vez, então, você deve se unir as pessoas que também querem comprar açúcar. Todos compram juntos e o quilo sai muito mais barato.
            O mundo é muito competitivo com o domínio das grandes corporações. Se os pequenos produtores e empresários agirem de forma individual e egoísta, será facilmente engolido pela voraz competição do mercado. A união fortalece a todos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

POR QUE ALGUMAS CIDADES DO PLANETA ESTÃO AFUNDANDO?

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Já ouviram falar  das cidades que afundam? Não? Pois é verdade; elas existem.  Cidades como Tóquio no Japão ou a Cidade do México, capital do México são apenas duas dos vários casos  existentes no mundo. O processo é muito lento, sendo quase que imperceptível em muitos casos, mas em outros pode ser traumática. Em quase todos os casos estes processos ocorrem devido a retirada de água  subterrânea, dos aquíferos artersianos associado ao peso das construções. Em muitas regiões do planeta, abaixo dos solos, entre as rochas, existem grandes espaços ocupados pelas águas.  Para se ter ideia da dimensão destes aquíferos , o volume de água confinada nestas regiões é muito maior do que toda a água doce dos rios e lagos do planeta.  O Brasil, por exemplo, possui dois dos maiores aquíferos do planeta: o aquífero Guarani que se estende pelas regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul, além do Paraguai, Uruguai e Argentina e o aquífero Valter do Chão na região amazônica.  Estes aquíferos são abastecidos pelas águas aqui da superfície. Elas infiltram lentamente nos solos, atravessam centenas de metros e até mesmo alguns quilômetros de camadas de rocha até chegar ao aquífero; movimento que pode demorar meses, anos, décadas e até mesmo, séculos.
Mas, desde o século passado o homem iniciou o processo de exploração desta água, que na maioria dos casos é uma água de excelente qualidade e potável, não necessitando de tratamento.  Com o passar do tempo, as populações das cidades cresceram e as águas superficiais diminuíram com queda acentuada de sua qualidade. Por conta disto, a extração das águas subterrâneas foram aumentando exponencialmente a ponto da extração desta água feita pelo homem ser maior que a reposição natural do aquífero.  Este déficit hídrico nos aquíferos promove  a formação de grandes espaços vazios entre as rochas.  Em locais onde as rochas são mais resistentes e os solos  estruturados e não ocorrem tremores sísmicos,  parte destes espaços vazios torna-se grandes cavernas. Mas, em locais onde as rochas são mais frágeis  e há deslocamento de placas tectônicas e tremores de terra pode ocorrer uma reacomodação do material geológico, promovendo a redução dos níveis das cidades. Em Tóquio foi detectado um afundamento médio de dois centímetros por ano, fazendo os japoneses reavaliarem a retirada desta água. Na cidade do México a situação é pior pois a cidade foi construída sobre uma grande área aterrada de um lago, ou seja, um solo praticamente sem estabilidade. Temos que planejar melhor o uso da água aqui da superfície para reduzir a pressão  do uso das águas subterrâneas.  

sábado, 11 de agosto de 2018

O PREÇO QUE PAGAMOS PELAS AGRESSÕES AO AMBIENTE: AS DOENÇAS





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Nas matas e florestas encontramos um grande equilíbrio dinâmico entre os animais, as plantas e o ambiente, muitas ainda desconhecidas do homem. Em toda teia alimentar encontramos também os microrganismos como as bactérias, os fungos, os vírus, dentre outros, muitos causadores de doenças nos animais, os chamados patógenos. Por conta das doenças, muitos animais morrem mas muitos também resistem e sobrevivem originando novas gerações resistentes. Paralelamente, os microrganismos também evoluem e com isto, mantendo o equilíbrio dinâmico do meio ambiente.
A entrada do homem civilizado neste ambiente dinâmico e hostil, sem qualquer adaptação prévia, torna-o presa fácil, não para os grandes animais carnívoros da floresta mas para os seres invisíveis: os microrganismos. Apesar disto o homem tem feito muito mais do que simplesmente invadir estes ambientes inóspitos mas também alterá-los. Desmatamentos, queimadas, implantação de culturas, pastagens, uma destruição abrupta que obriga animais, insetos e microrganismos a novas interações, incluindo o homem.
Recentes pesquisas realizadas pela Faculdade de Saúde Pública da USP, concluíram que para cada quilometro quadrado de floresta nativa tropical derrubada, surgem 27 novos casos de malária por ano. Segundo a pesquisa, com o desmatamento e a ocupação da área, o mosquito transmissor da malária passa a utilizar o homem também como fonte de alimento (sangue) e, consequentemente, transmitindo o parasita causador da malária.  Segundo a pesquisa, além da própria presença do homem soma-se as condições precárias de vida destas pessoas, o baixo nível educacional, o desconhecimento sobre a infecção e a transmissão da doença e a ausência dos serviços de saúde que agravam este quadro epidêmico.
As matas e florestas são verdadeiras caixas de Pandora que podem criar situações graves de doenças diversas. A febre amarela é um exemplo claro deste tipo de problema que imaginávamos confinada nas matas da Amazônia. E o Aedes aegypti que transmitia apenas a dengue e após a copa no mundo de futebol descobrimos que transmite também a Zica e a Chykungunya? O que mais nos aguarda no futuro?