AGROPECUÁRIA, MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
sexta-feira, 31 de agosto de 2018
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
VOCÊ BEBERIA ÁGUA SABENDO QUE ORIGINOU DA PRIVADA DO VIZINHO?
O título de hoje é bastante sensacionalista,
mas expressa a realidade de milhares de cidades do Brasil. Milhões de litros de
esgoto são despejados por minuto em milhares de rios pelo país. Esgotos ricos
fezes, urina e tudo mais que se descarta nas redes de esgoto das residências,
bares e restaurantes. Esgotos ricos em microrganismos da nossa flora intestinal
como os coliformes fecais, matéria orgânica, nutrientes minerais além de óleos,
camisinhas, absorventes íntimos, fio dental, cabelo e outras coisas que são descartadas
no esgoto. Temos também os esgotos dos hospitais que, além de tudo que já citamos,
possui também uma gigantesca diversidade de contaminantes biológicos como vírus,
bactérias e fungos patogênicos, causadores de doenças. E neste mesmo rio onde os esgotos são descartados,
logo abaixo tem uma cidade captando esta mesma água para tratamento e
abastecimento público. É claro que a água foi tratada tornando-a potável e com padrões
adequados para o abastecimento público, mas analisando friamente é uma agua que
teve o seu início em fontes limpas mas que se torna um depositório de esgoto ao
longo do seu trajeto e que temos que tratar para torná-la novamente limpa para
ser consumida. Quanto mais poluída a água, mais complexo será o seu tratamento
com gastos elevados no uso de produtos químicos, limpezas mais frequentes dos
tanques de decantação, aumento da quantidade de resíduos gerados e complexidade
no seu descarte. O tratamento dos esgotos nas estações de tratamento, antes do
seu descarte nos rios é fundamental na eliminação da matéria orgânica, dos
elementos minerais e dos microrganismos causadores de doenças e a água que sobra
do tratamento do esgoto apresenta qualidade para ser descartada nos rios.
Tratamento de esgoto é obrigação dos
governantes assim como a água potável e energia elétrica para a população e
deveria estar implementado em todas as cidades do pais. Enquanto tratarmos os nossos
rios como esgotos a céu aberto continuaremos a beber água da privada de alguém.
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
ASSOCIATIVISMO: A FORÇA DA UNIÃO ONDE TODOS GANHAM
Vamos imaginar dez produtores de
quiabo, incluindo você, negociando em um Ceasa do Brasil. Cada um no seu canto,
querendo vender o seu produto. O intermediário se aproxima e não aceita o seu
preço tentando negociar valores mais baixos para o seu produto. Como você não
aceita a proposta por avaliar que tomará prejuízo, o intermediário parte para
as demais bancas, negociando individualmente. Você percebe que alguns de seus
colegas cederam e venderam o quiabo a um preço mais baixo. No final do dia,
para evitar prejuízo em levar o produto de volta, você cede e vende por um preço
muito mais baixo, tudo para não retornar com o produto para casa. Agora imagine você com seus colegas
produtores de quiabo vendendo seus produtos juntos, acertando o valor do
produto, sem individualismo. O intermediário perderá o poder de barganhar pois
vocês estão juntos e acertados sobre o preço e o intermediário precisa do
produto para o seu comércio. Resultado: o intermediário pagará pelo quiabo o
preço que vocês combinaram, ou na pior das hipótese, um pequeno desconto, mas
no final, todos ganham, quem produziu e quem comprou e cada um levando seu
dinheiro da venda para casa. Este exemplo foi exposto em relação ao produtor
rural, mas serve para todos os setores da economia. Os grandes empresários da
indústria, do comércio, do setor agropecuário e florestal tem um grande poder
de negociação individual e barganha, mas o pequeno não. A saída para os pequenos produtores está na
união das ações em prol do bem comum, mas cada um mantendo o seu negócio. Este
processo é chamado de associativismo.
Nada muda na vida do produtor, apenas no momento da negociação onde
todos trabalham juntos ganhando poder de barganha tanto na compra da matéria
prima da sua produção quanto na venda de seus produtos. Já perceberam que
produtos no atacado tem um valor mais baixo quando comprado no varejo? Você verifica que um quilo de açúcar comprado
isoladamente tem um preço muito mais elevado em comparação as pessoas que
compram cem quilos. Mas você não compra cem quilos de açúcar de uma vez, então,
você deve se unir as pessoas que também querem comprar açúcar. Todos compram
juntos e o quilo sai muito mais barato.
O
mundo é muito competitivo com o domínio das grandes corporações. Se os pequenos
produtores e empresários agirem de forma individual e egoísta, será facilmente
engolido pela voraz competição do mercado. A união fortalece a todos.
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
POR QUE ALGUMAS CIDADES DO PLANETA ESTÃO AFUNDANDO?
Já ouviram falar das cidades que afundam? Não? Pois é verdade;
elas existem. Cidades como Tóquio no
Japão ou a Cidade do México, capital do México são apenas duas dos vários
casos existentes no mundo. O processo é
muito lento, sendo quase que imperceptível em muitos casos, mas em outros pode
ser traumática. Em quase todos os casos estes processos ocorrem devido a
retirada de água subterrânea, dos
aquíferos artersianos associado ao peso das construções. Em muitas regiões do
planeta, abaixo dos solos, entre as rochas, existem grandes espaços ocupados
pelas águas. Para se ter ideia da
dimensão destes aquíferos , o volume de água confinada nestas regiões é muito
maior do que toda a água doce dos rios e lagos do planeta. O Brasil, por exemplo, possui dois dos
maiores aquíferos do planeta: o aquífero Guarani que se estende pelas regiões
Centro Oeste, Sudeste e Sul, além do Paraguai, Uruguai e Argentina e o aquífero
Valter do Chão na região amazônica. Estes
aquíferos são abastecidos pelas águas aqui da superfície. Elas infiltram
lentamente nos solos, atravessam centenas de metros e até mesmo alguns
quilômetros de camadas de rocha até chegar ao aquífero; movimento que pode
demorar meses, anos, décadas e até mesmo, séculos.
Mas, desde o século passado o homem
iniciou o processo de exploração desta água, que na maioria dos casos é uma
água de excelente qualidade e potável, não necessitando de tratamento. Com o passar do tempo, as populações das cidades
cresceram e as águas superficiais diminuíram com queda acentuada de sua
qualidade. Por conta disto, a extração das águas subterrâneas foram aumentando
exponencialmente a ponto da extração desta água feita pelo homem ser maior
que a reposição natural do
aquífero. Este déficit hídrico nos
aquíferos promove a formação de grandes
espaços vazios entre as rochas. Em locais
onde as rochas são mais resistentes e os solos estruturados e não ocorrem tremores sísmicos, parte destes espaços vazios torna-se grandes
cavernas. Mas, em locais onde as rochas são mais frágeis e há deslocamento de placas tectônicas e
tremores de terra pode ocorrer uma reacomodação do material geológico,
promovendo a redução dos níveis das cidades. Em Tóquio foi detectado um
afundamento médio de dois centímetros por ano, fazendo os japoneses reavaliarem
a retirada desta água. Na cidade do México a situação é pior pois a cidade foi
construída sobre uma grande área aterrada de um lago, ou seja, um solo
praticamente sem estabilidade. Temos que planejar melhor o uso da água aqui da
superfície para reduzir a pressão do uso
das águas subterrâneas.
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
sábado, 11 de agosto de 2018
O PREÇO QUE PAGAMOS PELAS AGRESSÕES AO AMBIENTE: AS DOENÇAS
Nas matas e florestas encontramos um grande equilíbrio
dinâmico entre os animais, as plantas e o ambiente, muitas ainda desconhecidas
do homem. Em toda teia alimentar encontramos também os microrganismos como as bactérias,
os fungos, os vírus, dentre outros, muitos causadores de doenças nos animais,
os chamados patógenos. Por conta das doenças, muitos animais morrem mas muitos também
resistem e sobrevivem originando novas gerações resistentes. Paralelamente, os
microrganismos também evoluem e com isto, mantendo o equilíbrio dinâmico do
meio ambiente.
A entrada do homem civilizado neste ambiente
dinâmico e hostil, sem qualquer adaptação prévia, torna-o presa fácil, não para
os grandes animais carnívoros da floresta mas para os seres invisíveis: os
microrganismos. Apesar disto o homem tem feito muito mais do que simplesmente invadir
estes ambientes inóspitos mas também alterá-los. Desmatamentos, queimadas,
implantação de culturas, pastagens, uma destruição abrupta que obriga animais,
insetos e microrganismos a novas interações, incluindo o homem.
Recentes pesquisas realizadas pela Faculdade de
Saúde Pública da USP, concluíram que para cada quilometro quadrado de floresta
nativa tropical derrubada, surgem 27 novos casos de malária por ano. Segundo a
pesquisa, com o desmatamento e a ocupação da área, o mosquito transmissor da malária
passa a utilizar o homem também como fonte de alimento (sangue) e,
consequentemente, transmitindo o parasita causador da malária. Segundo a pesquisa, além da própria presença do
homem soma-se as condições precárias de vida destas pessoas, o baixo nível educacional,
o desconhecimento sobre a infecção e a transmissão da doença e a ausência dos
serviços de saúde que agravam este quadro epidêmico.
As matas e florestas são verdadeiras caixas de
Pandora que podem criar situações graves de doenças diversas. A febre amarela é
um exemplo claro deste tipo de problema que imaginávamos confinada nas matas da
Amazônia. E o Aedes aegypti que transmitia
apenas a dengue e após a copa no mundo de futebol descobrimos que transmite também
a Zica e a Chykungunya? O que mais nos aguarda no futuro?
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