domingo, 1 de dezembro de 2019

Especulação com o preço da carne: quem manda é o consumidor

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O Brasil é o país da especulação e da instabilidade econômica. Se o presidente fala, a bolsa cai e o dólar sobe; se o ministro fala a bolsa sobe e o dólar cai; se um empresário poderoso cai nas malhas da justiça a bolsa cai e o dólar sobe. Com isto várias pessoas, as que entendem de mercado e suas flutuações, ganham muito dinheiro, somente com as especulações. Agora temos a especulação sobre o preço da carne. Temos o segundo maior rebanho do mundo e somos o maior exportador de carne bovina do planeta. Apesar disto, mais de 80% da carne produzida fica no mercado interno. Mas agora a coisa mudou: a China está abrindo seu mercado para os produtos básicos brasileiros, e a última foi a carne vermelha. O país com a maior população mundial, cerca de 1,3 bilhão de pessoas está abrindo suas portas para a carne bovina brasileira. Um mercado seis vezes maior que o nosso. Aja Carne!!! Pronto; foi dado início a mais uma corrida especulativa no Brasil. A ideia de aumento das exportações e redução de oferta para o mercado interno, coisa que ainda está longe de acontecer, fez disparar os preços da carne para o consumidor brasileiro. A arroba de carne bovina subiu mais de 35% no último mês. Mas, vamos analisar os fatos para que nós consumidores não alimentemos este sistema especulativo.
Em primeiro lugar exportar não é tão simples quanto parece. O país que irá receber nosso produto manda comissões para avaliar as condições de produção da carne e dos frigoríficos. Para se ter ideia, apenas 15 frigoríficos foram, inicialmente, autorizados a exportar carne bovina para a China, após rígida fiscalização. Outro ponto: o período chuvoso já começou em grande parte do país, com isto a engorda do gado será mais intensa e a produção de carne irá aumentar. O nosso sistema de produção de carne bovina também tem se tecnificado nos últimos anos com aumento da eficiência de produção nos confinamentos e semi confinamentos. Recuperação de parte dos 220 milhões de hectares de pastagens existentes no Brasil e melhoria da qualidade genética do rebanho.
O produtor tem certa razão ao alegar que os valores da carne estão defasados não acompanhando a inflação, mas o salário da população também não acompanha e a nossa grande massa de desempregados que não tem dinheiro. Com estas especulações estamos excluindo grande parte da população de consumir a carne vermelha. Muitos alegam prejuízo na atividade, mas se fosse assim, muito já teriam desistido da atividade ou mudado de ramo, fato que não acontece.
Para piorar a situação, já temos especulações sobre o aumento da carne de frango e a carne suína devido ao aumento da procura. Consumidor você faz o preço dos produtos. Carne de segunda a 30 reais e de primeira a 40 reais, não compre! Temos preferência em consumir carne in natura, de validade curta, no máximo 48 horas. Se ninguém comprar ou reduzir suas compras ela vai encalhar e forçamos o preço a baixar. É uma briga de gato e rato onde o maior poder está nas mãos do consumidor. O governo não vai se meter no preço, e ele está certo. Quem faz o mercado são os consumidores. Vamos fazer valer este poder.