As abelhas são
insetos que vivem em sociedades extremamente organizadas, produzindo uma série
de substâncias muito utilizadas pelo homem como a cera, a própolis e o
principal: o mel. As abelhas coletam o néctar das flores e armazenam em uma
estrutura do seu corpo chamada vesícula.
Na colmeia, elas produzem algumas enzimas que reagem com o néctar produzindo
a glicose e a frutose, açucares do mel como conhecemos. São milhões de flores
visitadas diariamente pelas milhares de abelhas operárias que vivem em uma
colmeia. As abelhas atuam em um raio de ação muito grande em busca do néctar,
atingindo distâncias que podem superar os três quilômetros de distância da
colmeia. Mas esta grande capacidade das abelhas em recolher néctar, fato de
extrema importância no potencial de produção de mel, está se tornando um grande
problema. Um estudo realizado na Suíça com 198 amostras de mel de todos os
continentes indicou a presença de agrotóxicos a base de nicotina em 75% delas,
incluindo amostras de mel coletadas no Brasil. Apesar destes dados assustadores,
todas as amostras de mel apresentaram níveis destes agrotóxicos muito abaixo dos
limites permitidos, segundo a legislação europeia. Aproximadamente 10% das
amostras de mel apresentaram de quatro a cinco tipos diferentes de
neocotinóides. As amostras de mel com as maiores concentrações deste grupo de
agrotóxico foram coletadas na Europa, América do Norte e Ásia.
Mas, o quadro
mais preocupante é com o inseto. Em várias partes do planeta, a população das
abelhas está reduzindo devido principalmente ao uso indiscriminado dos
agrotóxicos, comprometendo não apenas a produção de mel mas também a polinização de grande parte das
espécies vegetais. Para piorar a situação, um outro estudo realizado no Reino
Unido indicou que as abelhas que estão sobrevivendo estão ficando viciadas e
dependentes deste agrotóxico, assim como a nicotina vicia pessoas fumantes,
atuando nos receptores nervosos dos insetos. Com isto, as abelhas estão procurando
exatamente as flores contaminadas por estes agrotóxicos.
Estamos alterando de forma drástica o padrão natural
dos seres vivos, e o pior: não temos a mínima ideia da grande maioria das
alterações que causamos no meio
ambiente e na vida social destes
insetos. Precisamos de estudos e pesquisas constantes nestas caracterizações
para sabermos como agir em face a este grande dano ambiental.
2 comentários:
Endosso cada palavra. Parabéns.
Gostaria e quero ter a opinião mais próxima da realidade possível , pelo menos até que as queimadas escancaradas (impunes) vistas aéreas , a degradação da água pré e pós rompimentos de barragens assassinas tb impunes me permitam !
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