Nas matas e florestas encontramos um grande equilíbrio
dinâmico entre os animais, as plantas e o ambiente, muitas ainda desconhecidas
do homem. Em toda teia alimentar encontramos também os microrganismos como as bactérias,
os fungos, os vírus, dentre outros, muitos causadores de doenças nos animais,
os chamados patógenos. Por conta das doenças, muitos animais morrem mas muitos também
resistem e sobrevivem originando novas gerações resistentes. Paralelamente, os
microrganismos também evoluem e com isto, mantendo o equilíbrio dinâmico do
meio ambiente.
A entrada do homem civilizado neste ambiente
dinâmico e hostil, sem qualquer adaptação prévia, torna-o presa fácil, não para
os grandes animais carnívoros da floresta mas para os seres invisíveis: os
microrganismos. Apesar disto o homem tem feito muito mais do que simplesmente invadir
estes ambientes inóspitos mas também alterá-los. Desmatamentos, queimadas,
implantação de culturas, pastagens, uma destruição abrupta que obriga animais,
insetos e microrganismos a novas interações, incluindo o homem.
Recentes pesquisas realizadas pela Faculdade de
Saúde Pública da USP, concluíram que para cada quilometro quadrado de floresta
nativa tropical derrubada, surgem 27 novos casos de malária por ano. Segundo a
pesquisa, com o desmatamento e a ocupação da área, o mosquito transmissor da malária
passa a utilizar o homem também como fonte de alimento (sangue) e,
consequentemente, transmitindo o parasita causador da malária. Segundo a pesquisa, além da própria presença do
homem soma-se as condições precárias de vida destas pessoas, o baixo nível educacional,
o desconhecimento sobre a infecção e a transmissão da doença e a ausência dos
serviços de saúde que agravam este quadro epidêmico.
As matas e florestas são verdadeiras caixas de
Pandora que podem criar situações graves de doenças diversas. A febre amarela é
um exemplo claro deste tipo de problema que imaginávamos confinada nas matas da
Amazônia. E o Aedes aegypti que transmitia
apenas a dengue e após a copa no mundo de futebol descobrimos que transmite também
a Zica e a Chykungunya? O que mais nos aguarda no futuro?
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