Já ouviram falar das cidades que afundam? Não? Pois é verdade;
elas existem. Cidades como Tóquio no
Japão ou a Cidade do México, capital do México são apenas duas dos vários
casos existentes no mundo. O processo é
muito lento, sendo quase que imperceptível em muitos casos, mas em outros pode
ser traumática. Em quase todos os casos estes processos ocorrem devido a
retirada de água subterrânea, dos
aquíferos artersianos associado ao peso das construções. Em muitas regiões do
planeta, abaixo dos solos, entre as rochas, existem grandes espaços ocupados
pelas águas. Para se ter ideia da
dimensão destes aquíferos , o volume de água confinada nestas regiões é muito
maior do que toda a água doce dos rios e lagos do planeta. O Brasil, por exemplo, possui dois dos
maiores aquíferos do planeta: o aquífero Guarani que se estende pelas regiões
Centro Oeste, Sudeste e Sul, além do Paraguai, Uruguai e Argentina e o aquífero
Valter do Chão na região amazônica. Estes
aquíferos são abastecidos pelas águas aqui da superfície. Elas infiltram
lentamente nos solos, atravessam centenas de metros e até mesmo alguns
quilômetros de camadas de rocha até chegar ao aquífero; movimento que pode
demorar meses, anos, décadas e até mesmo, séculos.
Mas, desde o século passado o homem
iniciou o processo de exploração desta água, que na maioria dos casos é uma
água de excelente qualidade e potável, não necessitando de tratamento. Com o passar do tempo, as populações das cidades
cresceram e as águas superficiais diminuíram com queda acentuada de sua
qualidade. Por conta disto, a extração das águas subterrâneas foram aumentando
exponencialmente a ponto da extração desta água feita pelo homem ser maior
que a reposição natural do
aquífero. Este déficit hídrico nos
aquíferos promove a formação de grandes
espaços vazios entre as rochas. Em locais
onde as rochas são mais resistentes e os solos estruturados e não ocorrem tremores sísmicos, parte destes espaços vazios torna-se grandes
cavernas. Mas, em locais onde as rochas são mais frágeis e há deslocamento de placas tectônicas e
tremores de terra pode ocorrer uma reacomodação do material geológico,
promovendo a redução dos níveis das cidades. Em Tóquio foi detectado um
afundamento médio de dois centímetros por ano, fazendo os japoneses reavaliarem
a retirada desta água. Na cidade do México a situação é pior pois a cidade foi
construída sobre uma grande área aterrada de um lago, ou seja, um solo
praticamente sem estabilidade. Temos que planejar melhor o uso da água aqui da
superfície para reduzir a pressão do uso
das águas subterrâneas.
Um comentário:
Na boa, vc está generalizando conceitos ds geotecnia, hidrogeologia e tectônica.
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