Toda a vida no planeta interage de alguma
forma. As plantas, os animais, os insetos e, até mesmo, o homem. As plantas,
por exemplo. Para que a maioria consiga reproduzir de forma natural e
criar suas variações genéticas é preciso que o pólen produzido pela parte
masculina da flor atinja o estigma, que é a parte feminina, processo chamado de
polinização. Em seguida o óvulo é
fecundado, produzindo-se as sementes. Em alguns casos, o vento faz esta função,
mas os principais agentes polinizadores são os insetos, e dentre eles temos as abelhas. Ao buscar pólen e néctar nas centenas de flores que visita em
um único dia, faz a troca de uma infinidade de materiais genéticos, criando a
diversidade genética, muito importante para o equilíbrio do meio ambiente. Mas, o homem percebeu que este minúsculo inseto não é importante apenas para as
plantas mas também pelo que produz. As abelhas vivem em uma sociedade altamente
organizada onde os seus membros são concebidos para funções específicas na colmeia
como as rainhas, as operárias e os zangões. Esta comunidade produz uma série de substâncias muito utilizadas pelo homem como as ceras que compõem a base estrutural
da colmeia; a própolis, um antibiótico natural que tem a função de proteger a
colmeia da infestação de fungos e bactérias; a geleia real, um mel especial
utilizado para alimentar a rainha, e o principal: o mel, utilizado para
alimentar as futuras operárias que estão se desenvolvendo na colmeia.
No
Brasil, a abelha mais utilizada para o processo de produção de mel é a Apis melifera, derivada do cruzamento da
abelha africana com a européia. Descobrimos o potencial do país para produção de
mel nas últimas décadas. Em 1990 estávamos na 25º posição mundial em relação a produção
de mel e atualmente somos o 10º maior produtor de mel. As características físico-químicas do mel mudam
de acordo com alguns fatores, mas principalmente por conta das flores que as
abelhas utilizam. Flor de eucalipto, flor de laranjeira, flor de assa peixe,
alteram a cor e o sabor do mel. Em 2016, o setor faturou no Brasil, mais de 470
milhões de dólares e as exportações superando as 24 mil toneladas. O mel
brasileiro é considerado orgânico por conta do nosso sistema de produção que não
envolve qualquer tipo de controle químico artificial. Por conta disto, o mel brasileiro é considerado de excelente qualidade e
muito aceito no mercado europeu, exigente em relação ao sistema de produção. Nos
Estados Unidos, o maior consumidor de mel do planeta, a exigência dos
consumidores pela sua qualidade tem comprometido a comercialização do mel
composto, onde o mel puro é misturado com xarope de milho ou de cana.
O Brasil apresenta condições climáticas e
ambientais extremamente favoráveis a produção de mel como as temperaturas, a
umidade, a luminosidade e a vegetação. Em regiões onde o desmatamento é intenso
e existem grandes monocultivos, a produção de mel pode ser prejudicada,
considerando que as plantas florescem ao mesmo tempo, deixando longos períodos sem
a presença de flores para serem utilizadas pelas abelhas e o uso indiscriminado
de agrotóxicos que intoxicam e matam as abelhas. O país pode facilmente se
tornar o maior produtor de mel do planeta, desde que aprenda a conservar o seu
meio ambiente e a sua vegetação, matéria prima básica para a produção deste “ouro
líquido”.
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