domingo, 3 de junho de 2018

AS ABELHAS: RENDA E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL


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Toda a vida no planeta interage de alguma forma. As plantas, os animais, os insetos e, até mesmo, o homem. As plantas, por exemplo. Para que a maioria consiga reproduzir de forma natural e criar suas variações genéticas é preciso que o pólen produzido pela parte masculina da flor atinja o estigma, que é a parte feminina, processo chamado de polinização.  Em seguida o óvulo é fecundado, produzindo-se as sementes. Em alguns casos, o vento faz esta função, mas os principais agentes polinizadores são os insetos, e dentre eles temos as abelhas. Ao buscar pólen e néctar nas centenas de flores que visita em um único dia, faz a troca de uma infinidade de materiais genéticos, criando a diversidade genética, muito importante para o equilíbrio do meio ambiente. Mas, o homem percebeu que este minúsculo inseto não é importante apenas para as plantas mas também pelo que produz. As abelhas vivem em uma sociedade altamente organizada onde os seus membros são concebidos para funções específicas na colmeia como as rainhas, as operárias e os zangões. Esta comunidade produz uma série de substâncias muito utilizadas pelo homem como as ceras que compõem a base estrutural da colmeia; a própolis, um antibiótico natural que tem a função de proteger a colmeia da infestação de fungos e bactérias; a geleia real, um mel especial utilizado para alimentar a rainha, e o principal: o mel, utilizado para alimentar as futuras operárias que estão se desenvolvendo na colmeia.

                No Brasil, a abelha mais utilizada para o processo de produção de mel é a Apis melifera, derivada do cruzamento da abelha africana com a européia. Descobrimos o potencial do país para produção de mel nas últimas décadas. Em 1990 estávamos na 25º posição mundial em relação a produção de mel e atualmente somos o 10º maior produtor de mel.  As características físico-químicas do mel mudam de acordo com alguns fatores, mas principalmente por conta das flores que as abelhas utilizam. Flor de eucalipto, flor de laranjeira, flor de assa peixe, alteram a cor e o sabor do mel. Em 2016, o setor faturou no Brasil, mais de 470 milhões de dólares e as exportações superando as 24 mil toneladas. O mel brasileiro é considerado orgânico por conta do nosso sistema de produção que não envolve qualquer tipo de controle químico artificial. Por conta disto, o mel brasileiro é considerado de excelente qualidade e muito aceito no mercado europeu, exigente em relação ao sistema de produção. Nos Estados Unidos, o maior consumidor de mel do planeta, a exigência dos consumidores pela sua qualidade tem comprometido a comercialização do mel composto, onde o mel puro é misturado com xarope de milho ou de cana.

O Brasil apresenta condições climáticas e ambientais extremamente favoráveis a produção de mel como as temperaturas, a umidade, a luminosidade e a vegetação. Em regiões onde o desmatamento é intenso e existem grandes monocultivos, a produção de mel pode ser prejudicada, considerando que as plantas florescem ao mesmo tempo, deixando longos períodos sem a presença de flores para serem utilizadas pelas abelhas e o uso indiscriminado de agrotóxicos que intoxicam e matam as abelhas. O país pode facilmente se tornar o maior produtor de mel do planeta, desde que aprenda a conservar o seu meio ambiente e a sua vegetação, matéria prima básica para a produção deste “ouro líquido”.

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