segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Tragédia de Mariana, quatro anos: As mortes e os rejeitos


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Mais um aniversário da tragédia do rompimento da barragem de rejeitos de Mariana em Minas Gerais. Uma barragem com talude alteado a montante (vergonha das leis e das pessoas que as fazem e que autorizavam este tipo de talude de barragem), dezenas de milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração fluindo por um vale com centenas de moradores e trabalhadores da própria empresa, ausência de uma sirene de alerta sobre rompimento e a consequência disto tudo: dezenove mortes, destruição total de distritos, de barragens geradoras de energia elétrica, do meio ambiente e de rios, incluindo o Rio Doce, e seus 870 quilômetros, além é claro, de grande extensão do litoral do Espírito Santo.  Em pleno período seco (as chuvas ainda não haviam chegado, mas o calor já ultrapassava os 35 graus), centenas de milhares de pessoas sem água para saciar a sede. Briga pela água distribuída, roubo de água nas ruas e caminhões pipa escoltados por carros da polícia militar em Governador Valadares. O desespero e a loucura coletiva instalaram na cidade. Com o Abastecimento suspenso, pessoas coletando água contaminada do próprio rio Doce, colocando em tonéis para o rejeito decantar para o fundo e utilizando a água sobrenadante. Outras coletando água de drenos de dentro de córregos urbanos na cidade que são verdadeiros valões a céu aberto pois recebem parte do esgoto da cidade. Lembrando que nas primeiras análises dos rejeitos passando por Governador Valadares, os níveis de arsênio na água foram extremamente elevados e o arsênio é um metal pesado altamente tóxico para os seres vivos e para o homem. Devido ao excessivo calor e a falta de chuvas, a vazão do rio estava reduzida e os peixes mortos e outros animais aquáticos iniciou-se rapidamente a decomposição dos animais e o mau cheiro no rio tornou-se insuportável. Resumo da vida das pessoas na maior cidade da bacia do Rio Doce: um calor ardente, sem água, um ar com mau cheiro muito grande e os conflitos pela água.
Quatro anos para não esquecer. Quatro anos para relembrar todos os anos. Relembrar é sempre muito importante para evitar que novas tragédias iguais aconteçam e que nossos políticos possam discutir melhor as leis que regem a mineração no Brasil. Aprenderam com a tragédia de Mariana? Não. Brumadinho está aí para provar que mudar leis não é fácil, mesmo com a destruição da bacia do rio Doce e as mortes em consequência do rompimento em Mariana. Por que esta dificuldade para alterar as leis? Será que podemos adivinhar? Deixo para cada um. Com a tragédia de Brumadinho e mais de 250 mortes, parece que acordaram e as leis foram alteradas. As próprias empresas de mineração estão tomando providências porque elas próprias perceberam que passaram dos limites e como está não pode ficar. No próximo artigo vamos conversar sobre o rio Doce. Como ele está? Está tudo normal novamente? Acho que não.

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