Já observaram o mapa de Minas Gerais e seus
municípios; as desigualdades regionais que existem? O Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), é a melhor forma de avaliar a situação dos municípios e suas classificações
de desenvolvimento considerando diversos aspectos como renda, educação e
expectativa de vida. Atualmente, 73% das cidades de Minas Gerais apresentam IDH
médio ou baixo. Devido a sua extensão e diversidade, o Estado é dividido em 12
mesorregiões. Cada uma delas com sua, digamos, “capital regional”. Geralmente são
as cidades mais desenvolvidas da região. Mas, existe uma outra divisão: as
microrregiões, situadas dentro das mesorregiões. Cada uma das microrregiões tem
a sua cidade de referência. As cidades
polos das mesorregiões apresentam uma melhor atividade econômica e qualidade de
vida, onde todos querem viver e trabalhar. Isto acontece porque as cidades satélites,
do entorno das cidades polos, não tem muito a oferecer, principalmente para os
jovens. Com isto as cidades perdem população, perdem renda, perdem em qualidade
de vida, sobrevivendo principalmente das aposentadorias dos mais velhos e
inativos e do bolsa família. Existem cidades de Minas onde mais de 60% das famílias
são beneficiárias do bolsa família. Importante para o combate a pobreza, mas não
cria qualquer expectativa desenvolvimentista, forçando os jovens a migrar para
as cidades polos da região e até mesmo outras cidades distantes. Vamos avaliar
a microrregião de Governador Valadares. Esta microrregião é composta por 25
municípios e uma população total estimada em 416 mil habitantes. Somente o
município de Governador Valadares, possui, segundo o IBGE, em 2019, 280 mil
habitantes. Sobram 136 mil habitantes para 24 cidades, com uma média
populacional de 5.670 habitantes. Cidades que nas últimas décadas tem perdido sua
população jovem, ficando apenas os aposentados e recebedores do bolsa família.
É claro que a visão dos governantes municipais está
voltada para o seu município; para sua população, para os seus eleitores, mas
onde estão o governo do Estado e os nossos deputados estaduais que seriam os
responsáveis para equilibrar estas distorções? E as ações e o fortalecimento
das associações de municípios que agrupam os municípios destas micro e macrorregiões?
O IDH mostra com clareza estas distorções regionais. Governador Valadares, uma
cidade polo de IDH considerado alto, cercado por municípios de IDHs médios e
baixos. Parece bom mas não é. A migração
para as cidades polos causam grandes distorções no atendimento de saúde, marginalização
da população migrante, crescimento e aglomeração dos bairros pobres, violência,
sub emprego e outros problemas. A falta de planejamento regional e
microrregional do Estado e execução de ações de desenvolvimento é visível. Se
continuarmos neste ritmo muitas pequenas cidades do estado tendem a
desaparecer, considerando que mais de 80% dos municípios de Minas não são capazes
de se manter apenas com suas receitas, sendo dependentes das verbas estaduais e
federal. Se não houver ação concreta dos
nossos gestores, as distorções tendem a piorar.
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