domingo, 20 de outubro de 2019

Como desenvolver as regiões do Estado cercadas pela pobreza?

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Já observaram o mapa de Minas Gerais e seus municípios; as desigualdades regionais que existem? O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), é a melhor forma de avaliar a situação dos municípios e suas classificações de desenvolvimento considerando diversos aspectos como renda, educação e expectativa de vida. Atualmente, 73% das cidades de Minas Gerais apresentam IDH médio ou baixo. Devido a sua extensão e diversidade, o Estado é dividido em 12 mesorregiões. Cada uma delas com sua, digamos, “capital regional”. Geralmente são as cidades mais desenvolvidas da região. Mas, existe uma outra divisão: as microrregiões, situadas dentro das mesorregiões. Cada uma das microrregiões tem a sua cidade de referência.  As cidades polos das mesorregiões apresentam uma melhor atividade econômica e qualidade de vida, onde todos querem viver e trabalhar. Isto acontece porque as cidades satélites, do entorno das cidades polos, não tem muito a oferecer, principalmente para os jovens. Com isto as cidades perdem população, perdem renda, perdem em qualidade de vida, sobrevivendo principalmente das aposentadorias dos mais velhos e inativos e do bolsa família. Existem cidades de Minas onde mais de 60% das famílias são beneficiárias do bolsa família. Importante para o combate a pobreza, mas não cria qualquer expectativa desenvolvimentista, forçando os jovens a migrar para as cidades polos da região e até mesmo outras cidades distantes. Vamos avaliar a microrregião de Governador Valadares. Esta microrregião é composta por 25 municípios e uma população total estimada em 416 mil habitantes. Somente o município de Governador Valadares, possui, segundo o IBGE, em 2019, 280 mil habitantes. Sobram 136 mil habitantes para 24 cidades, com uma média populacional de 5.670 habitantes. Cidades que nas últimas décadas tem perdido sua população jovem, ficando apenas os aposentados e recebedores do bolsa família. 


É claro que a visão dos governantes municipais está voltada para o seu município; para sua população, para os seus eleitores, mas onde estão o governo do Estado e os nossos deputados estaduais que seriam os responsáveis para equilibrar estas distorções? E as ações e o fortalecimento das associações de municípios que agrupam os municípios destas micro e macrorregiões? O IDH mostra com clareza estas distorções regionais. Governador Valadares, uma cidade polo de IDH considerado alto, cercado por municípios de IDHs médios e baixos.  Parece bom mas não é. A migração para as cidades polos causam grandes distorções no atendimento de saúde, marginalização da população migrante, crescimento e aglomeração dos bairros pobres, violência, sub emprego e outros problemas. A falta de planejamento regional e microrregional do Estado e execução de ações de desenvolvimento é visível. Se continuarmos neste ritmo muitas pequenas cidades do estado tendem a desaparecer, considerando que mais de 80% dos municípios de Minas não são capazes de se manter apenas com suas receitas, sendo dependentes das verbas estaduais e federal.  Se não houver ação concreta dos nossos gestores, as distorções tendem a piorar.

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