sexta-feira, 3 de agosto de 2018

RASTREABILIDADE DOS ALIMENTOS: A GARANTIA DO CONSUMIDOR


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Quando compramos um alimento industrializado, principalmente das grandes empresas do ramo alimentício, temos uma boa certeza de que estamos consumindo um produto de qualidade. As grandes empresas têm como um de seus maiores bens, o nome e as suas marcas. Qualquer problema com um de seus produtos e que atinja o consumidor pode destruir em pouco tempo uma confiança que demorou décadas para ser construída. Qualquer erro pode levar uma indústria à falência, principalmente em uma época onde quase todos os habitantes do planeta estão conectados à Internet.
Por conta da importância da Internet, as empresas têm cadastrado todos os seus fornecedores de matéria-prima, os produtores rurais. Seus produtos são analisados rigorosamente antes de entrarem na linha de produção. Caso algum problema de contaminação seja detectado, a matéria-prima é imediatamente descartada. Nas embalagens são descritas diversas informações sobre o produto, desde a composição, passando o valor nutricional, conservantes, entre outros. Se as dúvidas persistirem, ainda há um telefone para contato, como o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC). Além de tudo, fiscalizações periódicas são realizadas em suas dependências pela própria empresa e por órgãos dos governos. Alguns alimentos apresentam em suas embalagens o selo do Serviço de Inspeção Federal, a SIF, comprovando que o produto passou por fiscalização sanitária.Mas, existem alimentos que o consumidor adquire sem ter a mínima ideia da sua composição, de sua origem ou de como foi produzido. São os produtos que consumimos in natura, principalmente os produtos hortícolas, também chamados de olerícolas. São produzidos por milhares e até mesmo milhões de pequenos produtores rurais espalhados pelo país, que têm nesta atividade a sua única fonte de renda e que trabalham sem a assistência técnica de um profissional das ciências agrárias, utilizando apenas o conhecimento transmitido por seus pais e seus avós. Esse tipo de profissional pouco considera a avalanche de inovações tecnológicas que são disponibilizadas como fertilizantes e agrotóxicos.
O uso errado de um fertilizante ou um agrotóxico, a realização da colheita sem respeitar os seus prazos, dentre outros fatores, pode disponibilizar nas gôndolas dos mercados uma verdadeira bomba tóxica e que pode, a médio ou longo prazo, comprometer a saúde do consumidor. Mas a pergunta é: quem produziu aquele alimento? Afinal, os caminhos do campo até a mesa são longos começando no produtor rural, passando pelo atravessador, pelos Ceasas, pelos mercados até chegar a sua mesa. Fazer este caminho inverso é praticamente impossível. Apesar dos Estados possuírem órgãos fiscalizadores, é muito difícil realizar a fiscalização no campo, considerando o grande número de pequenos produtores e as grandes distâncias.
O sistema de rastreabilidade dos alimentos não processados é de extrema importância. Isso porque, caso ocorra o surgimento de problemas em relação à qualidade do alimento, ele pode ser identificado, assim como o seu produtor. Dessa forma, a fiscalização poderá atuar de forma mais eficiente e pontual, principalmente na orientação do agricultor em relação ao alimento que está produzindo e esclarecendo sobre os riscos de contaminação.Infelizmente, o sistema de rastreabilidade dos produtos hortícolas no Brasil ainda é muito incipiente. O que todos deveriam considerar é que o país é amplo e um dos maiores consumidores de agrotóxicos do planeta.

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