Dia cinco de junho é
comemorado o dia mundial do meio ambiente. Um dia para reflexão sobre tudo que
já foi feito, de bom e de mau, em relação ao planeta, seus seres vivos seus
ciclos biogeoquímicos, recursos naturais e até a nós mesmos, afinal, somos
parte integrante do meio ambiente. Mas quando falamos em ações ambientais temos
o nosso foco nas reuniões internacionais onde os lideres mundiais se reúnem
durante dias para discutir, discutir e....discutir. Contamos que decisões
concretas e importantes sejam obtidas
nestas reuniões, que sejam postas em prática e que tenham como objetivos a
redução das agressões ambientais ao planeta. Apesar destas reuniões
internacionais periódicas os pesquisadores do clima espalhados pelo planeta
continuam a afirmar que as medidas e ações tomadas são insuficientes e que as
mudanças do clima são uma realidade.
E a população? Acompanhamos
as noticias destas reuniões internacionais, analisamos suas conclusões,
criticamos a falta de consenso, o predomínio do discurso capitalista,
considerando que ninguém quer abrir mão do desenvolvimento em detrimento do
meio ambiente, ou criar modelos de ajustes lentos de modo a não comprometer a
economia ou a soberania da economia mundial.
Somos muito bons para criticar os outros, mas o que fazemos para mudar?
A economia mundial só funciona porque nós, consumidores estamos na ponta da
cadeia de consumo. Compramos com frequência roupas novas, sapatos, celulares,
carros e outros bens de consumo que mantém toda a máquina econômica mundial
funcionando. Não nos preocupamos se uma empresa produz de forma ambientalmente
adequada ou se ela é uma grande poluidora. A China é hoje uma dos países mais
poluidores do mundo, mas nem por isto deixamos de consumir produtos chineses,
pelo contrário, os produtos que saem do outro lado do mundo chegam ao Brasil
mais baratos do que os nossos produtos e ninguém se pergunta por que. Além da produção em escala sem
comprometimento ambiental ainda temos o trabalho quase que escravo da sua mão
de obra, sem qualquer garantia. Em diversas partes do mundo produtos chineses
chegam as residências pelos correios com pedidos de socorro dos funcionários
daquele país sob alegação de escravidão. E o que nós fazemos? Continuamos a
consumir os produtos chineses por conta de seu menor custo. Grandes empresas
mundiais estão preocupadas com isto? Não! Pelo contrario, se instalaram naquele
país, pois ficam praticamente isentos de problemas trabalhistas.
Reclamamos dos outros, mas
não cumprimos o nosso papel. Achamos que a culpa é sempre do vizinho, nunca
nossa. Se não começarmos a pensar de uma forma mais ampla, sobre o ciclo
produtivo do que consumimos, estaremos contribuindo para que o setor econômico
mundial continue a pensar da mesma forma, apenas pelo viés econômico, colocando
as questões ambientais em segundo plano.
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