quinta-feira, 24 de maio de 2018

BRASIL: AINDA NOS COMPORTAMOS COMO COLÔNIA

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Somos um país rico e pobre ao mesmo tempo. Somos ricos em recursos naturais. Os nossos solos são totalmente aptos as atividades agropecuárias, o clima é favorável e para todos os gostos, desde o calor eterno da região Norte/Nordeste até muito frio e porque não, neve na região Sul, sem contar o Centro Oeste com suas grandes planícies e um pantanal rico em biodiversidade. Mas, toda esta abundância de recursos naturais nos tornou uma nação acomodada. Assim como no nosso período colonial, ainda somos grandes exportadores de produtos básicos e primários, produtos de baixo valor. Exportamos uma tonelada de milho a 700 reais e compramos remédios que custam 10 mil reais a dose e que não pesa mais de uma grama. A cultura do “desenvolvimento” brasileiro não passa pelo nosso desenvolvimento tecnológico, mas pela importação da tecnologia. Quando uma empresa renova seu parque industrial ela importa os equipamentos, considerando mais rápido e vantajoso do que investir no desenvolvimento da tecnologia aqui no Brasil.   Mais de 90% dos investimentos em ciência e tecnologia estão na América do Norte, Europa e Ásia e deste montante cerca de 70% é bancado pelo setor privado enquanto no Brasil, a maior parte dos recursos vem do setor público. Dados de 2013 mostram que os Estados Unidos são os maiores investidores em ciência e tecnologia, em relação ao montante total. Investem 2,8% do seu PIB (Produto Interno Bruto), um montante de 450 bilhões de dólares. O Japão investe 3,4% do PIB ou 163 bilhões de dólares. A Alemanha 2,8% do PIB com um montante de 92 bilhões de dólares. O Brasil investiu apenas 1,3% do PIB e um montante de 31 bilhões de dólares e com a crise que teve início em 2015, os investimentos caíram muito mais. Esta é a nossa diferença para os países desenvolvidos. A educação é outro ponto chave do desenvolvimento, mas que será abordado no próximo artigo.
Apesar de algumas leis de estímulo ao investimento em ciência e tecnologia no Brasil criadas nos últimos anos, as empresas apresentam uma clara tendência em optar pela importação de tecnologia e a nossa balança comercial mostra isto. Apesar do nosso superávit na balança comercial de 67 bilhões de dólares em 2017, quando comparamos apenas os produtos de alta tecnologia, a balança é deficitária em mais de 68 bilhões de dólares.  Exportamos minério de ferro para a China e importamos de lá carros e vagões de trens. Enquanto não mudarmos a nossa mentalidade de colônia fornecedora de insumos primários, continuaremos a ser tratados no exterior como sub desenvolvidos da terra do carnaval, da violência e do turismo sexual.
 





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