Um relatório recente da Organização Mundial da
Saúde liberado em 2017 apontou que aproximadamente sete milhões de pessoas no
planeta morrem por consequências diretas e indiretas da poluição,
principalmente nas localidades mais populosas e pobres onde a mão de obra é de
baixo custo e as normas de segurança, saúde e controle ambiental não existem ou
não são consideradas. Com a rápida disseminação do Coronavírus, a sua taxa de
mortalidade e pela ausência de uma vacina eficaz no seu controle, o mundo se
viu obrigado, literalmente, a parar suas atividades econômicas, fato antes
inimaginável. Além de todas as consequências desastrosas do bloqueio de grande
parte das atividades produtivas que estão gerando desemprego, perda de renda e
aumento da pobreza pelo mundo, uma delas poderíamos classificar, de forma
isolada, como positiva: segundo informações dos satélites, o planeta reduziu
drasticamente os seus índices de poluição. Várias reportagens ao redor do mundo
mostram o retorno de peixes e animais aquáticos em locais dos rios e mares que
antes não apareciam por conta da presença do homem e da poluição. Este fato
também foi observado em parques e jardins de centros urbanos com as aves e
animais, considerando, dentre outros fatores, a redução da poluição. Todas as reuniões
e discussões entre os governantes dos países, os fóruns mundiais ambientais que
ocorrem periodicamente desde o século passado ao redor do planeta para discussão
de metas de redução da poluição, que por sinal nunca foram atingidas, foram
sacramentadas por este vírus que resolveu colocar na prática a teoria natural de
controle populacional.
O mundo está enfrentando com sabedoria este
vírus e, com certeza, ganharemos esta batalha. Antivirais e principalmente as
vacinas, já estão sendo desenvolvidas e, em breve, a população mundial estará
imunizada e retornaremos a nossa normalidade até o próximo vírus nos ameaçar
novamente. Mas será que devemos voltar a mesma normalidade de antes da
pandemia? Entrar novamente neste ciclo produtivo e econômico que coloca a agressão
ambiental e a poluição desenfreada em segundo plano? Estamos aprendendo que a
economia mundial é importante para todos considerando a geração de trabalho,
renda e qualidade de vida, mas devemos retomar as atividades mantendo o mesmo
modelo desenvolvimentista que afeta, e muito, a qualidade do ar, da água, do
solo, o meio ambiente como um todo? Sabemos que a Covid19 surgiu na China de atividades
que incluem um misto de características culturais e econômicas, mas o nosso
modelo desenvolvimentista é agressivo e destrutivo, muito mais do que o próprio
Coronavírus, afinal, como citei no início do texto, a OMS estima sete milhões de
mortes no planeta por ano decorrentes da poluição do planeta. Os danos causados
pela poluição ao ser humano são maiores que um conjunto de vírus mortais, com a
diferença que não existe vacina para curar as pessoas que sofrem com os danos à
saúde causados pela poluição, apenas atitude.
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