sábado, 21 de março de 2020

O homem, o meio ambiente e a dinâmica do planeta Terra


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Nas Savanas africanas um leão espreita um bando de gazelas. Milhares. Eles, os leões, focam a sua atenção nas recém nascidas, nas doentes, nas mais velhas e nas mais lentas, afinal irão desprender grande quantidade de energia na caça, devendo ser de precisão cirúrgica. Mesmo assim, o índice de sucesso é baixo. Mas a caça foi satisfatória, e desta forma, mais um dia se passa nas Savanas. Os predadores eliminando as presas mais fracas, velhas e doentes. Por conta dos inúmeros predadores existentes, as gazelas, logo que nascem, devem aprender a ficar de pé e correr e quando crescem devem ter habilidade de gingar para escapar dos predadores e com velocidade. As mais velhas, estão fadadas a contribuir com a cadeia alimentar, mas sobreviveram bastante e, provavelmente, geraram descendentes hábeis e as doentes, provavelmente não conseguiram nem mesmo reproduzir. Resumindo: só sobrevivem as melhores e mais adaptadas. São milhares de exemplos pelo planeta e em vários setores desde a área de saúde com as superbactérias até as pragas e doenças na agricultura. Tudo gera pressão de seleção. Nós seres humanos, graças a nossa habilidade de pensar e desenvolver tecnologias nos esquivamos o quanto podemos deste processo de seleção. Graças a esta capacidade conseguimos a cada dia viver mais e com melhor qualidade. Doenças que até pouco tempo atrás eram tratadas como mortais, hoje são consideradas praticamente extintas ou de fácil cura. As vacinas nos protegem, as tecnologias de tratamento e os remédios de elevada eficiência, tudo pactuando para prolongar a vida do ser humano no enfrentamento das adversidades. Mas, de tempos em tempos, um novo ser microscópico surge tentando implementar novamente o sistema de seleção natural na raça humana. Quando isto ocorre, corremos contra o tempo. O primeiro passo é a sua identificação. Quanto mais rápida a identificação do agente da doença mais eficiente se torna o seu controle. Mas, as doenças transmitidas pelo ar e de pessoas sem qualquer tipo de sintoma, que geralmente são mais resistentes, são mais difíceis de conter. Neste caso, temos que nos isolar e os cientistas de todo o mundo acelerarem o desenvolvimento de uma nova vacina contra este novo agente patogênico. O Covid19 surgiu. Tem uma taxa de letalidade de aproximadamente 2,5%. É baixa? Se atingir um milhão de pessoas, teremos uma média de 25 mil mortos pela doença mas se atingir 100 milhões de pessoas este número passa para 2,5 milhões de mortos. Baixa? Enquanto a ciência busca uma solução temos que nos proteger de um vírus letal que é transmitido pelo ar até que as suas fontes de disseminação reduzam e a ciência descubra uma nova forma de controle tornando todas as pessoas resistentes a ele. Devemos proteger, principalmente os nossos idosos, os mais susceptíveis, porque a pressão da seleção natural está novamente nos testando. Pressão esta que, com certeza, mais uma vez iremos vencer.

terça-feira, 17 de março de 2020

A China e seus cavalos de Troia


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Há Alguns anos atrás, estava na fila de uma famosa loja de departamento para pagar alguns produtos quando a minha filha viu e pediu para comprar uma lata de batatas fritas. Olhei rapidamente para a embalagem e verifiquei que parecia ser a lata de uma famosa marca americana, a Pringles. Verificando o preço fiquei animado pois estava bem abaixo do que era realmente o seu valor e ainda com um longo prazo de validade. Quando observei mais atentamente a embalagem verifiquei que não era a marca americana, mas com um nome muito parecido, assim como as cores de sua embalagem. Para completar a minha apuração mais minuciosa, estava escrito no fundo da embalagem com letras bem pequenas: Made in China. Rapidamente devolvi a embalagem para a prateleira da loja e convenci a minha filha a comprar um saco da Ruffles. Preconceito? Não! Prevenção. A China é o país mais populoso do mundo. São 1,3 bilhão de bocas para alimentar todos os dias. A China em seu passado recente, há poucas décadas atrás, era um país miserável onde a pobreza imperava. As mortes causadas pela fome eram milhões por ano. Comer insetos, escorpiões, cobras, ratos, cachorros, morcegos, faz parte da cultura dos antepassados para não morrer de fome. Recentemente, no Rio de Janeiro, a vigilância sanitária descobriu pastelarias de chineses que vendiam pastel recheado com carne de cachorro. O que é um absurdo para nós é normal para eles. Na década de 70 o cantor Ney Matogrosso, em uma de suas músicas, cantou o seguinte refrão: “Chinês, come somente uma vez por mês....”. Hoje eles são a 2ª potência econômica mundial, mas na produção de alimentos, o controle fitossanitário fica muito a desejar, diferente do Brasil. Podemos constatar isto nos últimos grandes eventos cataclísmicos virais que o mundo passou: gripe aviária, gripe suína, dentre outros e agora o coronavírus que, provavelmente teve origem do consumo de morcegos na região chinesa. O problema é que conter vírus transmitido pelo ar e de baixa letalidade é difícil, principalmente depois que se espalha pelo planeta, ou por falta de identificação rápida ou por má fé.
O Brasil, apesar de estar entre os maiores produtores mundiais de frango, bovinos, suínos e outros animais para alimentação humana, não verificamos qualquer tipo de surto por aqui, graças a nossa eficiente vigilância sanitária agropecuária. Controle de vacinas, na criação dos animais e dos produtos processados ocorrem a todo momento, com risco quase zero para toda a população do país e do exterior, pois somos o maior exportador de carne do planeta. O Brasil sabe produzir e produzir com qualidade produtos do agronegócio. A China é especialista em produzir outro tipo de tecnologia, mas não do setor agropecuário. Por isto devolvi as batatas para a prateleira da loja. Alimento da China? Nem pensar.