Acompanhamos nos últimos meses pelos noticiários
que o ministério da agricultura liberou centenas de novas marcas de agrotóxicos
para o mercado. Mas, o que isto significa? Quais as implicações para o nosso
sistema de produção agropecuário, florestal, e para o meio ambiente? Por que os
agrotóxicos são tão temidos pela sociedade? Para respondermos estas e outras
perguntas precisamos entender questões básicas sobre a complexidade que envolve
o agronegócio brasileiro, a preservação ambiental e a nossa saúde. Vamos
começar como o nome oficial: agrotóxico. A palavra realmente é adequada pois se
trata de um produto químico voltado para eliminar insetos, plantas invasoras,
microrganismos e que realmente é tóxica ao homem se manipulado de forma errada.
O nome assusta e intimida, induzindo as pessoas que lidam com os produtos a
faze-lo de forma cuidadosa. Para os profissionais das ciências agrárias o termo
defensivo agrícola é o mais adequado para estes produtos químicos.
Vamos agora realizar um paralelo entre remédios
para uso humano e os agrotóxicos. Centenas de remédios de tarja vermelha e de
tarja preta vendidos nas drogarias e farmácias só podem ser comercializados com
a receita médica por conta de diversos fatores como sua toxidade ou por
promover a resistência de bactérias e outros microrganismos ou por causar
dependência química. Outras centenas de remédios podem ser comercializados sem
receita médica devido a sua baixa toxidade, podendo qualquer cidadão consumi-los
durante a auto medicação. No caso dos
agrotóxicos químicos sintéticos comerciais, não podem ser comercializados (em
nenhuma hipótese) sem a emissão do receituário agronômico emitido por um
Engenheiro Agrônomo que está prestando o assessoramento no campo ou pelo
Engenheiro Agrônomo que trabalha na loja de insumos agropecuários. Neste
receituário temos diversas informações como o nome do dono da propriedade,
local de aplicação, cultura a ser aplicada, tamanho da área, dentre outras informações.
Quando você se dirige a uma farmácia ou
drogaria para adquirir um remédio, com ou sem a obrigatoriedade da receita
médica, o balconista oferece ao cliente a marca famosa e oferece também como opção
o seu genérico. O remédio genérico tem a mesma composição química do remédio famoso,
mas com a opção de ser de baixo custo. Existem casos de alguns genéricos serem
90% mais baratos quando comparados as marcas famosas. No caso dos agrotóxicos
recentemente liberados no Brasil, a sua quase totalidade é composta de agrotóxicos
genéricos, princípios químicos já existentes e largamente utilizados no país.
Esta abertura, assim como para os remédios, coloca à disposição dos produtores
rurais produtos de menor custo, gerando liberdade de escolha pelo produto mais
barato.
No próximo artigo continuaremos com a discussão
sobre os aspectos positivos e negativos dos agrotóxicos. Até lá.
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