sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Agrotóxico: herói ou vilão? (1ª parte)

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Acompanhamos nos últimos meses pelos noticiários que o ministério da agricultura liberou centenas de novas marcas de agrotóxicos para o mercado. Mas, o que isto significa? Quais as implicações para o nosso sistema de produção agropecuário, florestal, e para o meio ambiente? Por que os agrotóxicos são tão temidos pela sociedade? Para respondermos estas e outras perguntas precisamos entender questões básicas sobre a complexidade que envolve o agronegócio brasileiro, a preservação ambiental e a nossa saúde. Vamos começar como o nome oficial: agrotóxico. A palavra realmente é adequada pois se trata de um produto químico voltado para eliminar insetos, plantas invasoras, microrganismos e que realmente é tóxica ao homem se manipulado de forma errada. O nome assusta e intimida, induzindo as pessoas que lidam com os produtos a faze-lo de forma cuidadosa. Para os profissionais das ciências agrárias o termo defensivo agrícola é o mais adequado para estes produtos químicos.

Vamos agora realizar um paralelo entre remédios para uso humano e os agrotóxicos. Centenas de remédios de tarja vermelha e de tarja preta vendidos nas drogarias e farmácias só podem ser comercializados com a receita médica por conta de diversos fatores como sua toxidade ou por promover a resistência de bactérias e outros microrganismos ou por causar dependência química. Outras centenas de remédios podem ser comercializados sem receita médica devido a sua baixa toxidade, podendo qualquer cidadão consumi-los durante a auto medicação.  No caso dos agrotóxicos químicos sintéticos comerciais, não podem ser comercializados (em nenhuma hipótese) sem a emissão do receituário agronômico emitido por um Engenheiro Agrônomo que está prestando o assessoramento no campo ou pelo Engenheiro Agrônomo que trabalha na loja de insumos agropecuários. Neste receituário temos diversas informações como o nome do dono da propriedade, local de aplicação, cultura a ser aplicada, tamanho da área, dentre outras informações.

Quando você se dirige a uma farmácia ou drogaria para adquirir um remédio, com ou sem a obrigatoriedade da receita médica, o balconista oferece ao cliente a marca famosa e oferece também como opção o seu genérico. O remédio genérico tem a mesma composição química do remédio famoso, mas com a opção de ser de baixo custo. Existem casos de alguns genéricos serem 90% mais baratos quando comparados as marcas famosas. No caso dos agrotóxicos recentemente liberados no Brasil, a sua quase totalidade é composta de agrotóxicos genéricos, princípios químicos já existentes e largamente utilizados no país. Esta abertura, assim como para os remédios, coloca à disposição dos produtores rurais produtos de menor custo, gerando liberdade de escolha pelo produto mais barato.

No próximo artigo continuaremos com a discussão sobre os aspectos positivos e negativos dos agrotóxicos. Até lá.

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