quinta-feira, 25 de abril de 2019

A Samarco, o Estado e os recursos: problema de gestão?


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Ser produtivo, desenvolver a agricultura, a pecuária, a indústria, gerar trabalho e renda, investir em infra estrutura básica, melhorar a qualidade de vida da população e, paralelo a tudo isto, proteger e recuperar o meio ambiente. Temos diante de nossos olhos uma equação complexa, difícil de resolver, mas não impossível. Toda a atividade econômica, obviamente,  deve ser rentável aos seus proprietários e acionistas mas, não pode estar dissociado  da qualidade de vida  e da renda de seus funcionários, seus familiares,  das comunidades próximas  que são impactadas diretamente pelas suas atividades, do meio ambiente, sempre muito impactado  pelos sistemas produtivos e dos impostos que, teoricamente, são revertidos para o benefício do Estado e da Nação. Mas como as empresas  associam o seu faturamento com a efetivação de várias destas ações, elas dependem da oscilação  dos valores  dos seus produtos no mercado interno e externo, das variações das taxas de câmbio, do preço da matéria prima além de outros fatores de menor peso. Dentre estes diversos aspectos, a ponderação da empresa sob a tutela e fiscalização do Estado devem ser integradas e discutidas  visando os ganhos financeiros do empregador, dos empregados, os ganhos sociais das comunidades e os ganhos ambientais.
Vamos analisar o exemplo da mineradora Samarco. A maior tragédia ambiental mundial causada  por uma mineradora que apresentou um lucro líquido em 2014 de R$ 2,8 bilhões. Os investimentos na prospecção, extração, tratamento e transporte do minério são elevados e de alta tecnologia, visando uma exploração mais eficiente, mas o sistema de deposição dos rejeitos  é o mesmo de décadas atrás ou, séculos. Onde estão os estudos  e a implantação de projetos de reaproveitamento  de rejeitos? Comparando os custos de implantação do saneamento básico de todas as cidades da bacia do Rio Doce em relação a coleta e tratamento de esgoto e construção de aterros sanitários com o lucro líquido da empresa em um único ano levamos um susto. O custo estimado para sanear a bacia do Rio Doce está em torno de 1,5 bilhão de reais, quase a metade do lucro líquido total da empresa em 2014.  Por conta da falta de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de aproveitamento de resíduos, a empresa agora irá gastar algo em torno de R$ 20 bilhões para recuperar a bacia, realizar a compensação ambiental e ressarcir os danos causados as populações. Imaginem se existisse uma política adequada na empresa para uso do rejeito como matéria prima para processos produtivos. Dez por cento do dinheiro que eles irão gastar para tentar voltar a situação anterior a tragédia já seria o suficiente para sanear toda a bacia.
O nosso atual sistema desenvolvimentista e capitalista baseado  em lucros exorbitantes e deficiência de investimentos em tecnologia industrial precisa de mudanças urgentes para deixarmos de ser considerados uma mera colônia fornecedora de mão de obra e recursos naturais.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Natureza: santo remédio para nossa saúde e qualidade de vida

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Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, mais precisamente na Universidade da Califórnia, confirmou um fato que todos nós já sabíamos: viver próximo a áreas verdes reduz os riscos de doenças mentais em jovens e em idosos. Segundo a pesquisa, a queda na incidência de doenças mentais é de 36% nas pessoas que vivem em áreas com, pelo menos, 25% de cobertura vegetal arborizada. É claro que outros fatores devem ser analisados nesta correlação de variáveis, mas os resultados da pesquisa confirmam que, dentre o conjunto de fatores que compõem a qualidade de vida das pessoas, o meio ambiente é um dos principais.
As políticas públicas e os planos de governos municipais dos nossos gestores raramente colocam o meio ambiente como um dos fatores principais de investimento, na realidade, só investem se “sobrar” dinheiro em caixa, fato peculiar no Brasil considerando que são raras as contas públicas municipais que ficam no azul.
O meio ambiente urbano deveria ser visto no Brasil como prioridade em qualquer plano diretor ou plano de desenvolvimento municipal. Todo cidadão gostaria de ter próximo a sua casa uma área verde para caminhar, se exercitar, ouvir os pássaros, sentar no gramado olhando para o céu e as nuvens. Esquecer por alguns momentos seus problemas pessoais e financeiros. São momentos que podem ajudar o indivíduo a refletir e a buscar uma saída, uma solução para seus problemas. Em frente à minha janela, no segundo andar aqui de casa tem um ipê. Por volta das 18 horas algumas aves ocupam seus galhos e iniciam uma grande cantoria.  Cantam voltados para o por do sol, como um agradecimento por aquele dia. Neste momento eu paro por alguns minutos o meu trabalho e fico observando as aves e a paz que toma conta de meu ser é impressionante. Após este momento de reflexão sobre a vida e a natureza volto revigorado as minhas atividades. Faz bem a minha saúde? Com certeza sim!
A população brasileira merece ter uma melhor qualidade de vida. Milhões de brasileiros trabalham duro todos os dias sem ter direito a uma saúde digna, educação digna e uma qualidade de vida digna. O seu esforço, desprendido nas atividades laborais diárias serve apenas para mante-lo vivo mas sem nenhuma expectativa. O homem faz parte do meio ambiente, somo integrados a ele. Criamos um habitat artificial com uma série de serviços e tecnologia para melhorar as nossas vidas mas que estão nos levando cada vez mais as doenças urbanas como tristeza, depressão e até mesmo ao suicídio. Ver e ouvir o som da natureza não tem preço.