Que o
Brasil é um dos países mais desiguais do planeta em relação a condição social e
distribuição de renda nós já sabíamos, mas a questão sempre foi saber quanto.
Para isto as pesquisas oficiais do IBGE apresentam seus valores anualmente através
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, o PNAD. Como o processo é de
amostragem, assim como acontece nas pesquisas eleitorais, existem as margens de
erros, para mais ou para menos. Estas
pesquisas mais recentes mostram que as famílias da classe A (as classes mais
ricas) tem ganhos, em média, 22 vezes maiores que as famílias das classes D/E
(as mais pobres). Que as famílias com renda superior a 20 salários mínimos
ficam com 14,9% da massa de renda do país. Mas, recentemente, os economistas
Adriano Pitoli e Camila Saito da Tendências Consultoria resolveram analisar
estes dados de uma forma, segundo eles, mais precisa e verdadeira. Com isto
descobriram situações muito mais alarmantes em relação as desigualdades sociais
no Brasil do que mostram os dados oficiais. Conforme descrevemos, o IBGE
informa que a diferença de renda entre as Classes mais altas e mais baixas no
país é de 22 vezes, mas nesta nova pesquisa, os valores sobem para 42 vezes,
quase o dobro do oficial. E os ganhos das famílias com renda acima de 20
salários mínimos que ficam com 14,9% da renda do país? Nesta nova pesquisa este
valor sobe para 38%, quase o triplo do informado na pesquisa oficial.
Não podemos
criticar as pessoas empreendedoras e honestas de maior renda, afinal, o seu
crescimento foi fruto do seu próprio esforço e trabalho, mas temos uma grande
massa de pessoas das classes mais pobres que não tiveram as mesmas oportunidades
de crescimento e que são exploradas na sua força de trabalho com reduzidos
retornos financeiros, ou seja, trabalham muitas vezes apenas para alimentar a
sua família e sobreviver. Esta igualdade de chances deve partir das políticas
públicas elaboradas pelos governos Federal e Estaduais, baseadas na educação,
saúde, segurança, oportunidades de empreender dentre outros pontos. Por que
será que somos campeões mundiais em assassinatos? Não adianta aumentar a
segurança pública, essencial nos dias atuais, se não atacarmos a base do
problema de forma paralela. Sem a proteção integral das crianças e jovens pelo
estado com políticas públicas eficientes continuaremos a ser uma fábrica de
bandidos. Imaginem a revolta de um cidadão e de um jovem que trabalha duro 44
horas por semana para ganhar um salário mínimo e sustentar toda a sua família
enquanto acompanha pela tv ministros que são agraciados com aumentos de salário
que atingem quase 40 mil reais, dois meses de férias, sem contar outros
benefícios?
Novos
governos são sempre uma incógnita, mas de imediato já sabemos que o efeito
cascata que o aumento dado ao STF vai promover no país tornará a nossa nação mais
desigual ainda pois quem vai pagar a conta deste futuro rombo nas finanças
públicas com certeza será o lado mais fraco da corda, ou seja....
2 comentários:
O esposo da minha prima , achou insano o porteiro do prédio de uma amiga dele poder comprar o Ford Escort que foi de seu falecido companheiro . OBS: não teve celular , depois que viu um carroceiro com um , achou ridículo .
Temos que mudar também o nosso comportamento como membros da sociedade....
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