domingo, 16 de dezembro de 2018

Educação ambiental: temos que começar pelos pequenos

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“Ensina a criança o caminho que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele.” Esta é uma passagem bíblica e pode ser encontrada em Provérbios, Capítulo 22. E uma outra passagem bíblica em Efésios Capítulo 6: “E vós pais, não provoqueis a ira dos vossos filhos, mas educai-os de acordo com a disciplina e o conselho do Senhor”. As passagens bíblicas, apesar de escritas há milhares de anos atrás, se aplicam cada vez mais aos nossos dias de hoje. As crianças são formadas tomando como base seu ambiente familiar, a escola e a sociedade do seu entorno. A quase totalidade delas será reflexo desta sociedade que a acolheu durante a sua formação e compreensão do que é certo ou errado. A cabeça de uma criança não é local de experiências sociais e de comportamento mas um grande espaço de aprendizado sobre o que realmente é certo ou errado; direitos e deveres para uma vida harmônica em sociedade. Para que isto ocorra é dever da sociedade, da família, da escola e do poder público cuidar da formação ética, moral e educacional desta criança mas, infelizmente o Brasil falha, e muito, neste processo. Vamos discutir neste texto apenas o quesito meio ambiente. Não temos nas grades curriculares das escolas a disciplina Educação ambiental. O conteúdo deste assunto é discutido na área de ciências, de forma resumida e teórica, sendo considerado de pouca relevância em muitas escolas. As crianças valorizam muito os ensinamentos iniciais pois possuem pouca ou nenhuma base para os questionamentos, sendo a informação certa ou errada, tomando ela como verdadeira. É o momento de ensinarmos a coisa certa, aprendizado que levará para o resto de sua vida. As crianças devem aprender a montar e conduzir uma horta, aprender sobre a sua dinâmica com o solo, as minhocas, os insetos e no final, se alimentar do que foi produzido com o seu esforço. Plantar uma árvore frutífera, cuidar dela, e após alguns poucos anos colher e se alimentar de seus frutos; compartilhar com seus colegas de escola, levar para casa e compartilhar com a família e doar para seus vizinhos. Brincar na árvore que lhe forneceu os frutos; observar o aumento do número de aves com seus diferentes cantos, que se alimentam destes mesmos frutos e fazem seus ninhos; aproveitar de sua sombra aprendendo que debaixo de uma árvore o ambiente é mais fresco do que debaixo de qualquer telhado ou laje de concreto. Mudar cabeça de adulto é difícil, mas as crianças estão com a mente aberta para o aprendizado. As mudanças no comportamento da sociedade em relação ao meio ambiente é uma via de longo prazo, mas temos que começar o mais rápido possível pois estamos ficando sem tempo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Professor Alexandre Sylvio, acredito que muito tem sido feito de forma adequada junto às crianças no que diz respeito à fauna. Minha geração (crianças dos anos 70) foi criada num contexto em que, de adultos para jovens, era normal pássaros em gaiolas e alçapões, caçadas de tatu, tamanduá, jacaré, siriema, além de capturas de jiboias, jabutis, papagaios, araras... A pesca predatória era assunto normal nas rodas de adultos; a posse e uso de atiradeiras (bodoque, estilingue), armadilhas de trilhas, espingardas de pressão (chumbinho) era algo recorrente, contudo, já havia o início de uma consciência de proteção por causa das lições na escola.
Hoje a maioria dos jovens abomina qualquer conduta tendente a abater, ferir ou aprisionar animais silvestres; tampouco se interessam por objetos acima descritos que eram uma espécie de "xodó" da geração em que cresci. É claro ainda sobrevive em alguns as práticas abusivas e vedadas de outrora, contudo, melhorou muito. Observo meus filhos e vejo o quanto os interesses e práticas são diferentes dos da minha geração.
Na minha cidade, no centro-oeste de MG, hoje com aproximadamente 60 mil habitantes, já se nota a grande presença de canários, trocais, micos, papagaios. No meu tempo de criança, na cidade, geralmente eram só pardais e andorinhas. A ideia de cuidado e proteção está cada vez mais forte.
Por sua vez a quantidade e a qualidade das águas disponíveis diminuiu muito, sobretudo pelo aumento substancial do uso e do desmatamento. Houve avanços, com algumas construções de ETE, mas há muito que ser feito em face das agendas Azul e Marrom. Há muito que ser feito mas algumas coisas, como rejeitos de matadouro municipal, lançamento de esgoto in natura, despejo de óleo queimado em curso de água, despejo de poluentes e produtos de lava-jato já não são tão frequentes. Houve uma falha brutal de companhias de água e esgoto (as principais poluidoras) que não construíram com o abastecimento e esgotamento a infra estrutura cara do tratamento que vem sendo feita agora, em muito devido à ação do Ministério Público.
No caso do lixo era comum as cidades, por anos a fio, usarem os tais "buracões" sem a menor preocupação de viabilizar o aterro sanitário; mas, agora estamos avançando. Falta muito neste aspecto, sobretudo para manejo de resíduos de construção e demolição, coleta seletiva. Fazer o descarte do material recolhido em carroças e básculas em lugares indevidos ainda é muito "esperto e natural" para muita gente.
Realmente o processo é longo e vai custar caro se for feito e mais caro ainda se houver negligência e adiamento.
Abraço. Parabéns pela luta.

mestrado tas disse...

Fala companheiro....sou do tempo das gaiolas também....eu tinha alçapão, visgo, gaiolas...criava canário da terra (também conhecido como chapim aqui em Minas) para rinha... abandonei tudo assim que um sabiá da praia que peguei morreu de tanto se debater na gaiola....muito triste...mas isto foi a aproximadamente 43 anos atrás onde não havia consciência ou leis...hoje graças a Deus o comportamento está mudando mas como você colocou no seu texto, ainda falta muito....

Um abraço.

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