Colocar ordem
em casa ou no nosso bairro já é difícil, imaginem em um estado como Minas
Gerais com 586 mil quilômetros quadrados e uma população de 21 milhões de
habitantes. Para se ter uma ideia do tamanho deste estado, sair de Salto da
Divisa, no baixo Jequitinhonha até Ituiutaba, no triângulo mineiro, de carro ou
de ônibus, você irá percorrer aproximadamente 1.400 quilômetros, distancia suficiente,
na Europa, para percorrer de quatro a cinco países. Neste turismo virtual pela
Europa, passaremos por países ricos e pobres assim como em Minas Gerais onde
passaremos por regiões ricas e promissoras e regiões muito pobres. Esta
desigualdade fica clara quando analisamos alguns tipos de acidentes que ocorrem
pelas estradas mineiras.
No último dia
27 de agosto, um ônibus fretado pela prefeitura de Araçuaí, uma cidade do Vale
do Jequitinhonha, que transportava doentes e enfermos para tratamento de saúde em
Belo Horizonte, sofreu um acidente na BR381 e cinco pessoas morreram. Em 2015,
um ônibus do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Jequitinhonha sofreu um
acidente. Estava transportando pacientes de Araçuaí para Diamantina para
tratamento. Quatro pessoas morreram. Faço com frequência o percurso entre
Teófilo Otoni e Governador Valadares a noite e observo as incontáveis ambulâncias Fiorino conduzindo pacientes que
passam nos dois sentidos da BR116.
Pessoas
humildes, pobres, sem recursos, que dependem totalmente dos serviços públicos e
são obrigados a enfrentar os riscos das estradas para um tratamento médico.
Vamos imaginar também a situação dos feridos. Além de estarem combalidos pela
doença, agora com mais um problema de saúde causado pelo acidente. Será que os
doentes e enfermos de regiões mais ricas do Estado precisam viajar tanto para
um tratamento médico?
Não existe
uma Minas Gerais mas várias Minas Gerais. Não vou entrar no âmbito do desvio de
recursos e da corrupção do nosso sistema político que corroem os recursos
públicos e condenam milhares a morte ou
descrever outros setores como educação e segurança, mas apenas sobre gestão pública.
Acredito que a descentralização da gestão pública seria um processo
interessante no controle de investimentos e gastos. Minas Gerais é dividida em macro e microrregiões
considerando seus diversos aspectos geopolíticos. Sub governos regionais com
conselhos de poder consultivo, deliberativo e de fiscalização permanentes com representatividade
do poder público, sociedade civil e usuários e com transparência total das
contas públicas e dos investimentos.
Criar
oportunidades para investimentos do setor público em infra estrutura para
investimentos do setor privado produtivo gerando desenvolvimento econômico e
social. As eleições estão aí. Vamos pensar bem em quem votar.
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