quinta-feira, 13 de setembro de 2018

A LÓGICA ECONÔMICA DE UM PAÍS SEM LÓGICA

Resultado de imagem para economia brasileira




No Brasil as coisas acontecem da seguinte forma: denúncia política; sobe o dólar e desce a bolsa de valores. Atentado a candidato; sobe o dólar e desce a bolsa. Ministro com dor de barriga; sobe o dólar e desce a bolsa. Resumindo: os noticiários interferem mais na nossa economia do que a própria economia. Vamos analisar agora uma questão básica das economias abertas; a lei da oferta e da procura. Respeitando as diversas variáveis que influenciam nos preços, a regra básica informa que quanto maior a oferta, associada a procura, os preços tendem a cair.  Mas no Brasil a situação não funciona bem assim. Segundo a UNICA (União das Indústrias de Cana de Açúcar), o Brasil produziu na segunda quinzena de agosto deste ano 37% mais álcool que no mesmo período do ano passado. Na primeira quinzena de agosto o valor foi maior: 67% de aumento. Ao longo de todo este ano o aumento registrado foi de 33,5%. Estamos produzindo mais álcool do que nunca. Mas a cada anuncio de aumento da produção de cana de açúcar e de álcool no Brasil o seu valor aumenta. Recentemente a Petrobrás anunciou o aumento da gasolina em 1,02%. Como 25% do álcool combustível é composto por gasolina, o aumento deveria ser de, aproximadamente, 0,27%, mas não é isto que verificamos nos postos de combustíveis com aumentos superiores a 8% nos últimos dias. E a política econômica para a gasolina? Segundo a equipe econômica do governo federal, a justificativa está no atrelamento dos preços ao dólar e ao preço internacional do barril de petróleo. Nesta “política de preços” só este ano a gasolina já subiu mais de 50%.
Temos um sistema econômico e cambial frágil e susceptível a qualquer boato, a ponto de donos de uma única grande empresa determinarem as alterações nos valores de ações e do dólar com sua simples presença nos noticiários e com isto, ganharem muito dinheiro. Um país onde se ganha mais dinheiro especulando nos mercados financeiros, sem produzir absolutamente nada para a sociedade, do que os sistemas produtivos efetivos, tem que revisar seus modelos econômicos e seus valores.

ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

AS ELEIÇÕES, OS POLÍTICOS MINEIROS E AS VÁRIAS MINAS GERAIS




Resultado de imagem para PUBLIC POLITICS

Colocar ordem em casa ou no nosso bairro já é difícil, imaginem em um estado como Minas Gerais com 586 mil quilômetros quadrados e uma população de 21 milhões de habitantes. Para se ter uma ideia do tamanho deste estado, sair de Salto da Divisa, no baixo Jequitinhonha até Ituiutaba, no triângulo mineiro, de carro ou de ônibus, você irá percorrer aproximadamente 1.400 quilômetros, distancia suficiente, na Europa, para percorrer de quatro a cinco países. Neste turismo virtual pela Europa, passaremos por países ricos e pobres assim como em Minas Gerais onde passaremos por regiões ricas e promissoras e regiões muito pobres. Esta desigualdade fica clara quando analisamos alguns tipos de acidentes que ocorrem pelas estradas mineiras.
No último dia 27 de agosto, um ônibus fretado pela prefeitura de Araçuaí, uma cidade do Vale do Jequitinhonha, que transportava doentes e enfermos para tratamento de saúde em Belo Horizonte, sofreu um acidente na BR381 e cinco pessoas morreram. Em 2015, um ônibus do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Jequitinhonha sofreu um acidente. Estava transportando pacientes de Araçuaí para Diamantina para tratamento. Quatro pessoas morreram. Faço com frequência o percurso entre Teófilo Otoni e Governador Valadares a noite e observo as incontáveis  ambulâncias Fiorino conduzindo pacientes que passam nos dois sentidos da BR116.
Pessoas humildes, pobres, sem recursos, que dependem totalmente dos serviços públicos e são obrigados a enfrentar os riscos das estradas para um tratamento médico. Vamos imaginar também a situação dos feridos. Além de estarem combalidos pela doença, agora com mais um problema de saúde causado pelo acidente. Será que os doentes e enfermos de regiões mais ricas do Estado precisam viajar tanto para um tratamento médico?
Não existe uma Minas Gerais mas várias Minas Gerais. Não vou entrar no âmbito do desvio de recursos e da corrupção do nosso sistema político que corroem os recursos públicos e condenam milhares  a morte ou descrever outros setores como educação e segurança, mas apenas sobre gestão pública. Acredito que a descentralização da gestão pública seria um processo interessante no controle de investimentos e gastos.  Minas Gerais é dividida em macro e microrregiões considerando seus diversos aspectos geopolíticos. Sub governos regionais com conselhos de poder consultivo, deliberativo e de fiscalização permanentes com representatividade do poder público, sociedade civil e usuários e com transparência total das contas públicas e dos investimentos.
Criar oportunidades para investimentos do setor público em infra estrutura para investimentos do setor privado produtivo gerando desenvolvimento econômico e social. As eleições estão aí. Vamos pensar bem em quem votar.