sábado, 21 de julho de 2018

O PÚBLICO E O PRIVADO: SEM PARCERIA O BRASIL NÃO AVANÇA

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Há alguns anos atrás fomos procurados por uma empresa. A empresa recolhe ácido sulfúrico de baterias usadas e procurava uma alternativa para seu uso. Após algumas pesquisas descobrimos que as empresas de celulose produzem a lama de cal como resíduo do processo de fabricação. Após vários ensaios e reações químicas chegamos ao gesso agrícola que além de atuar como condicionador de solo atua também corrigindo alguns outros fatores químicos do solo em substituição parcial do calcário. Mas vamos ao que interessa: a tecnologia hoje está patenteada e a empresa Antares Ambiental do Paraná está produzindo e comercializando o Ecogesso® marca registrada pela empresa e  comercializada no interior do Paraná e de São Paulo. Atualmente ajustamos o modelo de produção para gesso de construção civil que também está patenteada. Dois resíduos industriais sendo utilizados para a geração de novos produtos. Este é apenas um dos exemplos do trabalho do Grupo de Pesquisa Reaproveitamento de Resíduos Industriais onde já desenvolvemos outras tecnologias para empresas em relação ao reuso de seus resíduos que tinham como destino os aterros industriais.

O país tem milhares de pesquisadores capacitados para o desenvolvimento de novas tecnologias. Eles estão espalhados pelas centenas de Universidades Federais, Estaduais e até mesmo nas instituições privadas, assim como nos centros de pesquisa com laboratórios estruturados e equipados. Mas o que vemos são as empresas buscando estas tecnologias no exterior. Priorizam investir fora do Brasil em busca do desenvolvimento tecnológico. A nossa balança comercial é o reflexo deste comportamento. O saldo da balança comercial para produtos de tecnologia é altamente negativo, ou seja, compramos muito mais produtos tecnológicos do que vendemos para o exterior. O Brasil precisa de leis mais eficientes visando fortalecer a parceria público privado no campo da ciência e tecnologia.  O Brasil é um dos países onde a iniciativa privada menos investe neste setor, com as pesquisas altamente dependentes dos recursos do setor público, diferentemente dos tigres asiáticos onde a iniciativa privada investiu pesado no desenvolvimento tecnológico. Enquanto exportamos uma tonelada de soja a mil reais, importamos uma dose de vacina de poucas miligramas a dez mil reais. Esta é a diferença de um país com alto desenvolvimento tecnológico para um país que produz produtos de baixo impacto tecnológico. Esperamos que o nosso próximo presidente reveja suas prioridades no setor da ciência e da tecnologia.


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