O homem, os
animais e as plantas são seres vivos bastante complexos. Somos formados por
pequenas estruturas chamadas células que realizam infinitas reações químicas e
bioquímicas necessárias ao funcionamento do nosso corpo. Apesar da grande
eficiência, as nossas células não trabalham sozinhas, mas em conjunto. O fígado,
por exemplo, é formado por milhões de células que trabalhando juntas, tem a sua
função no nosso organismo. Uma única célula do fígado não seria capaz de fazer o
trabalho de todo o órgão. Mas, existem
seres vivos formados de apenas uma única célula: as bactérias. Para este pequeno
microrganismo, uma célula é um ser capaz de fazer tudo que ele precisa, pois
possuem estruturas internas que realizam as reações químicas e bioquímicas que necessita.
E o vírus? Este indivíduo é muito pequeno e simples. Não possui organelas
internas, não é capaz de realizar reações bioquímicas independentes como as
outras células, não se reproduz, não faz nada quando está sozinho no meio
ambiente, mas quando encontra um hospedeiro... É um ser com grande capacidade de
infectar os seres vivos.
Apesar de sua estrutura
simples, o vírus possui o que é mais importante para todo ser vivo: o material
genético. Devido a incapacidade de se reproduzir no ambiente, o vírus procura
células de outros seres vivos, também chamados de hospedeiros, para que elas
façam a sua multiplicação, ou seja, os vírus utilizam células vivas para
produzir novos vírus. Em primeiro lugar o vírus escolhe através de
identificação bioquímica a célula que será infectada. Os vírus que tem capacidade
de contaminar indivíduos de espécies diferentes são mais problemáticos pois são
mais difíceis de controlar como é o caso da gripe aviária que ataca aves e o
homem.
Existem diversas
formas de contaminação por vírus: pelo ar, contato, secreção, dentre outras. No
organismo vivo, os vírus ao encontrarem o hospedeiro certo começam a se ligar
as suas células. O seu material genético é injetado para dentro da célula e em
alguns casos, o vírus inteiro penetra na célula. Dentro daquele paraíso, o
vírus trata de encontrar a parte inteligente da célula, o seu material genético. Quando o vírus se liga ao
material genético, a célula do hospedeiro passa a trabalhar para o vírus,
fazendo tudo que ele precisa, ou seja, produzir novos vírus. Com o tempo, as
células são destruídas para a liberação destes novos vírus no corpo do
hospedeiro que irão contaminar novas células. O grande problema do vírus é o
seu material genético, pois ele se incorpora ao material genético do hospedeiro
e ambos se tornam um único indivíduo. Quando um vírus novo entra no nosso
organismo, praticamente não temos defesa pois os anticorpos não reconhecem este
vírus e ele infecta tranquilamente as nossas células. As vacinas servem para
imunizar os indivíduos, alertando o nosso organismo a reconhecer o vírus antes
dele entrar nas células e contaminá-las.
A mutação é
outra característica do vírus. Quando a situação nos hospedeiros não é
favorável devido aos medicamentos e outros fatores, ele cria novos indivíduos
com características genéticas e bioquímicas diferentes e adaptados a nova
situação. Em função disto os medicamentos perdem o seu efeito sendo necessário
o desenvolvimento de novos medicamentos.
Este ano o vírus da gripe está muito
mais agressivo. Até meados de 2018, a gripe já matou 839 pessoas, 68% a mais
que todo o ano de 2017, segundo o Ministério da Saúde. O tipo H1N1, o mais
agressivo, levando a óbito em todas as idades, mas muitas destas mortes foram
de pessoas que não estão nos grupos considerados de risco como diabéticos,
idosos e grávidas, e isto preocupa. Além das mudanças e adaptações dos vírus, o
ambiente também interfere no seu processo de infecção como o frio. A saída para
reduzir o risco das infecções? Vacinação. Nos últimos anos corremos
desesperados para vacinar contra a febre amarela, mesmo sabendo que era a febre
amarela silvestre. Só para lembrar: numericamente a gripe mata muito mais.
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