Toda riqueza produzida pelo país, pelos estados e pelos municípios é 
denominado Produto Interno Bruto, também conhecido como PIB. Todos os 
anos, o desempenho é avaliado e através destes números, conseguimos 
avaliar o desempenho de uma economia, se ela cresceu ou entrou em 
recessão. Quando relacionamos o PIB com o total da população, temos o 
PIB per capita. Este valor indica o potencial de riquezas geradas em 
função de cada residente, ou seja, se o trabalho e a mão de obra que 
estão sendo empregados estão gerando muita ou pouca riqueza. Por 
exemplo, um dia de trabalho na lavoura de um agricultor familiar é menos
 rentável financeiramente do que um dia de trabalho de um operário em 
uma fábrica de televisores. O Estado de Minas Gerais ocupa o segundo 
lugar no Brasil  em relação a geração de riquezas, só perdendo para São 
Paulo, mas quando analisamos o Estado de Minas verificamos a sua 
monstruosa discrepância de produção de riquezas per capita entre os 
municípios. O município que mais produz riquezas por habitante em Minas é
 São Gonçalo do Rio Abaixo no Vale do Rio Doce com impressionantes 262 
mil reais, considerando o ano de 2014. O seu extraordinário desempenho é
 oriundo da exploração de minério no município. Além de São Gonçalo do 
Rio Abaixo, outras cidades que exploram a extração mineral estão entre 
os quinze melhores resultados do Estado para o PIB per capita como Nova 
Lima, Catas Altas, Mariana, Ouro Branco, Ouro Preto e Itabirito. Em 
Terceiro lugar no ranking do Estado encontramos o surpreendente 
município de Extrema, no Sul de Minas com quase 145 mil reais de PIB per
 capita. Um município que apostou no meio ambiente e no modelo 
sustentável de crescimento hoje colhe os frutos de uma boa gestão 
municipal com extensas áreas de preservação ambiental nas propriedades 
rurais e inúmeras indústrias de tecnologia que lá se instalaram 
oferecendo excelentes empregos de elevada rentabilidade, fazendo o 
desemprego cair para quase zero e sem explorar o processo de extração 
mineral. 
No Médio Rio Doce, destaque para Belo Oriente com a presença de uma 
grande indústria de celulose e um PIB per capita de 46 mil reais. Outras
 cidades de destaque na região são Ipatinga com 36 mil reais e Timóteo 
com 32 mil reais de PIB per capita graças as suas indústrias de aço. Na 
região o destaque negativo é Governador Valadares, a cidade mais 
populosa do Vale do Rio Doce com 285 mil habitantes, mas com um PIB per 
capita de apenas 18 mil reais, a metade do município de Ipatinga. No 
outro extremo dos 853 municípios de Minas Gerais encontramos as cidades 
do Vale do Mucuri e Jequitinhonha como Caraí, Chapada do Norte, 
Setubinha e Ladainha com valores de PIB per capita em torno de 5 mil 
reais. 
Os números nos mostram que o Estado possui uma desigualdade muito 
grande na geração de suas riquezas principalmente porque apresentou um 
histórico de ocupação e desenvolvimento muito irregular, mas sabemos que
 não é só isto. O histórico das gestões políticas baseado em acordos, 
ingerências e desvios de recursos levou vários dos municípios das 
regiões Norte e Nordeste de Minas a completa falência e pobreza, sendo 
praticamente impossível de sobreviver sem a ajuda do Estado e da União. 
 Sem um planejamento público adequado baseado no desenvolvimento 
sustentável e a gestão correta dos recursos financeiros, os municípios 
pobres ficarão cada vez mais pobres e aí, o último que sair apaga a luz.
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário