Comentamos sempre sobre meio ambiente, conservação da água, do solo, das
plantas e dos animais. Sabemos que o planeta passa por momentos críticos em
relação às mudanças climáticas, redução das chuvas, rios com vazões muito
reduzidas e outros problemas que percebemos no nosso dia a dia. Mas toda discussão ambiental perde sentido
quando não incluímos outros pontos muito importantes: os fatores culturais,
sociais e econômicos. O agronegócio é muito criticado no Brasil pelos
ambientalistas pelo seu impacto ambiental no desmatamento, ocupação de áreas,
processos erosivos, contaminação por agrotóxicos e outras acusações. É claro que a atividade é impactante ao meio
ambiente e que deve ser conduzida de forma racional para reduzir ao máximo os
seus impactos, mas devemos lembrar que é
uma atividade que gera dezenas de milhões de empregos diretos e indiretos, além
de garantir o abastecimento regular de alimentos na mesa do brasileiro e ser
responsável por quase metade da balança comercial brasileira de exportações. Se pagamos dez reais por um pacote de cinco
quilos de arroz, devemos agradecer aos que produzem. O leite e o feijão subiram
assustadoramente, mas devido a questões climáticas e que, com o próximo período chuvoso, tendem
a melhorar a oferta e reduzir os preços. O tomate é um exemplo claro: há pouco
tempo atrás o quilo estava próximo aos dez reais e hoje podemos comprar na
promoção a aproximadamente dois reais.
Outro ponto que devemos observar é o fator social. Falar de meio
ambiente e cobrar ações de quem vive na pobreza ou pobreza extrema é um grande
contrassenso. O ser humano deve ser o centro de nossas atenções. Nos comovemos
quando assistimos vídeos de animais sendo maltratados ou sacrificados nas redes
sociais como no caso do festival de carne de cachorro da China, mas observamos
que quando um ser humano é morto ou agredido, registrado em sua pobreza extrema
ou morrendo nos corredores de hospitais sem atendimento, a comoção é temporária. Devemos agir sempre na defesa dos animais,
mas o homem deve estar sempre à frente de nossas comoções e ações.
Quando falamos de meio ambiente e de sua proteção devemos inserir nesta discussão o ser humano que é parte integrante deste meio ambiente. Devemos discutir a sustentabilidade social e econômica das comunidades associadas a conservação ambiental. Como podemos preservar o meio ambiente gerando receita, renda e melhoria na qualidade de vida das pessoas? O meio ambiente preservado pode ser uma grande fonte de renda para as comunidades. O ser humano tem necessidade de contato com a natureza, até mesmo a mais urbana das pessoas, mas o nosso semelhante deve estar sempre em primeiro lugar.
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