Existe uma
teoria que aborda a relação entre os seres vivos e o meio ambiente do planeta e
que tudo está interligado. A teoria cita que a borboleta que está voando neste
momento, batendo suas asas, lá na China está, de alguma forma, provocando um
efeito ambiental aqui no Brasil. Bem, exageros a parte, sabemos que o meio
ambiente de todo o planeta está interligado de forma mais ou menos intensa.
Vejamos a Amazônia. A maior floresta tropical do planeta mantém a atmosfera da
região sempre úmida, com muita água na forma de vapor que atinge grandes
altitudes. Estas extensas massas de água são barradas pela cordilheira dos
Andes e, por movimentos de massa de ar avançam pelo Brasil, atravessando o
Centro Oeste até atingir o Sudeste onde intensifica as chuvas. Caso a Amazônia
seja devastada, este movimento de água será extremamente reduzido comprometendo
consideravelmente as chuvas em várias regiões do Brasil, tornando o nosso clima
mais seco e árido, interferindo no meio ambiente, nas espécies vegetais e
animais e principalmente na agricultura e na pecuária. Apesar deste macro
problema podemos também caracterizar alterações ambientais locais onde uma ação
ou um conjunto de ações, por menor que seja, pode comprometer todo o ciclo biológico
de uma região. As bacias hidrográficas por exemplo. As matas e florestas sempre
alimentaram o ciclo das águas, os rios e a qualidade de suas águas, sem
enchentes ou secas freqüentes, sustentando os animais e toda a cadeia
alimentar. Enriqueceram os solos com matéria orgânica e nutrientes, mantiveram
o clima regional aumentando a umidade relativa do ar, dentre diversos outros
benefícios. A retirada das matas de forma extensiva para implantação de
sistemas agrícolas e pastagens compromete todo o ciclo climático e biológico. O desmatamento gera erosão dos solos com
partículas que se depositam nos rios provocando os assoreamentos. A matéria
orgânica e os nutrientes do solo desaparecem sendo carregados também para dentro
dos rios causando poluição, tornando a água contaminada para animais e plantas.
Com a erosão, as águas das chuvas reduzem a infiltração no solo e a sua
capacidade de armazenamento, tão importante durante o período da seca,
extinguindo as nascentes e provocando grandes enchentes nos períodos chuvosos e
grandes secas no período de inverno. Com a redução da evaporação da água pelas
florestas a umidade do ar tende a diminuir e a temperatura aumentar criando um
verdadeiro clima de deserto. As chuvas diminuem e se tornam irregulares com
pancadas fortes e esporádicas e surgem grandes períodos de verânicos, ou seja,
períodos secos em pleno período das chuvas. Os animais desaparecem, migram ou
morrem, comprometendo a renovação das matas pela dispersão de sementes.
Este efeito em
cadeia mostra que, se o produtor trabalhar de forma inadequada na sua
propriedade a sua ação irá refletir no vizinho e na região do seu entorno. É
importante que a consciência seja coletiva, pois uma andorinha sozinha não faz
verão.
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