quinta-feira, 13 de junho de 2013

Alexandre Sylvio
Edição 25 - 13/3/2013
Riqueza natural: a água nossa de cada dia
Comemoramos o dia mundial da água com falta d’água em muitas regiões de Minas Gerais. O Norte de Minas já está sinalizando com racionamento no inicio do período seco, ou seja, a expectativa para meados do ano até outubro/novembro são as piores possíveis. As águas do período chuvoso que deveriam ser armazenadas para suprimento no período seco não vieram, desta forma, o planejamento de racionamento está sendo realizado desde já, mesmo com a existência ainda, de alguma água armazenada. Na região Leste e Nordeste de Minas a situação não difere muito, apesar de ter caído um pouco mais de água. No ano passado, em todos os meses, os índices de chuva ficaram abaixo da média histórica da região, fato que já se repete há alguns anos. Começamos 2013 com veranicos (períodos secos que surgem durante o período chuvoso) em fevereiro. Enquanto isto, massas de umidade continuam a castigar o Rio de Janeiro, mais precisamente em Petrópolis onde foi registrado mais de 400 milímetros de chuva em menos de 24 horas, evento que já tirou a vida de mais de 30 pessoas. Podemos verificar que o problema não está na falta das chuvas mas na sua distribuição. Não podemos afirmar ou culpar as mudanças climáticas quando alguns eventos ocorrem esporadicamente, mas quando ocorrem com certa freqüência às coisas mudam assim como as suas interpretações. Na prática estamos alterando todo o ciclo hidrológico do planeta e os ciclos locais. Desmatamentos, solos erodidos, assoreamento de rios, esgotos despejados nos cursos de água, tudo contribui para alterar este ciclo e consequentemente, todo o clima de uma região. No Médio Rio Doce a desertificação já é uma realidade. As cianobactérias comprometendo a qualidade da água tratada também. Ainda bem que elas ainda não começam a produzir toxinas, mas estamos a um passo disto acontecer e quando acontecer irá realmente comprometer o abastecimento das cidades, isto se os nossos rios não secarem antes ou virarem enormes valões de esgoto a céu aberto. No período seco, em determinadas áreas da bacia, já é possível atravessar o Rio Doce andando. Os governos Federal e Estadual devem aplicar a lei e cobrar de forma mais enérgica, principalmente dos municípios de maior porte o tratamento de seu esgoto e o destino adequado de seus resíduos. Infelizmente a falta de compromisso impera nas gestões municipais, afinal, o cargo é temporário, de quatro ou oito anos, empurrando com a barriga todos estes passivos para a próxima gestão resolver ou empurrar também para frente.

Alexandre Sylvio Vieira da Costa
Engenheiro Agrônomo - DSc Produção Vegetal
Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE
A. Sylvio

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