Você já deve ter participado de algumas conversas e discussões sobre o uso do cigarro e seus comentários como: “-Você fuma? Então vai ter câncer de pulmão!” Em seguida a resposta: “-Meu tio sempre fumou, tem 95 anos e o pulmão está limpo e a minha tia que nunca fumou morreu de câncer no pulmão!”. Cada um olha de forma pontual e analisa apenas o que melhor convém para justificar a sua situação. Na realidade são coletados dados de dezenas de milhares de pessoas que são divididas em quatro grupos: pessoas que não fumam e que tiveram ou não tiveram câncer de pulmão e pessoas que fumam que também tiveram ou não câncer de pulmão. Estes dados mostram que os riscos das pessoas que fumam e serem acometidas por câncer de pulmão é muito maior quando comparado as pessoas que não fumam. Mas, teremos na sociedade pessoas que não fumam e que terão câncer de pulmão por um outro motivo como, por exemplo, fatores genéticos. E os meteorologistas que elaboram a previsão do tempo informando que os próximos dias serão de muita chuva e aparece um sol maravilhoso. A elaboração da previsão do tempo é realizada baseada em uma série de informações de satélite sobre movimento de massa de ar e outra infinidade de informações, mas que, por um motivo ou outro o movimento de massa muda e fura a previsão do tempo. E as pesquisas estatísticas eleitorais onde a informação de duas mil pessoas pode representar, no dia da eleição, a opinião de 135 milhões de eleitores?
As previsões
desenvolvidas pelos pesquisadores de qualquer área científica são sempre
realizadas com base científica e banco de dados. A partir da coleta das
informações cria-se os modelos matemáticos e elabora-se as previsões futuras,
mas com base em probabilidade. Isto significa que o profissional, pesquisador,
jamais afirma o que vai acontecer no futuro. De acordo com o modelo
desenvolvido naquele momento, com aqueles dados, é provável que ocorra, mas a
cada dia que passa, e com a entrada de novos dados, a previsão pode ser
alterada. Pesquisador não é vidente. Estamos vivendo atualmente um estresse
nunca visto por conta da Covid19. Fala-se em pico da curva, em abril, maio,
junho, fala-se em milhares e até mesmo milhões de mortes no Brasil mas, muitas
pessoas não estão interpretando de forma adequada os modelos matemáticos
criando um grande temor na população.
Infelizmente, as informações como estão sendo divulgadas estão gerando com
o tempo descredito nas pessoas, considerando que as previsões dos últimos meses
não ocorreram. Elas não ocorreram porque
as providencias que são tomadas a cada dia interferem no desenvolvimento da curva,
para mais ou para menos e, felizmente, para menos. A limitação na circulação
das pessoas, o uso das máscaras, do álcool, do hipoclorito e outras ações estão
interferindo positivamente na curva de contaminação e morte de pessoas, promovendo,
a cada dia, uma mudança no modelo de previsão.
Quando toda
esta confusão passar, com certeza, novas informações irão balizar os modelos epidemiológicos
pelo planeta que serão aprimorados, com o objetivo de evitar que novas
tragédias como esta que estamos vivendo se repitam.